O Piauí aumentou sua produção de algodão herbáceo em 99,6% e este ano colheu 49,5 mil toneladas do produto, segundo números divulgados pelo Setor de Apoio a Logística e Gestão de Oferta
<div align="justify">O Piauí aumentou sua produção de algodão herbáceo em 99,6% e este ano colheu 49,5 mil toneladas do produto, segundo números divulgados pelo Setor de Apoio a Logística e Gestão de Oferta (Segel), da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Na safra anterior, a produção foi de 24,8 mil toneladas.</div>
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<div align="justify">Segundo a Conab, o Estado tanto conseguiu aumentar sua área plantada como conseguiu melhorar sua produtividade. A área plantada, de 13,3 mil hectares na safra 2006/2007, passou para 14,6 mil hectares na 2007/2008. Já a produtividade, o que corresponde um aumento de 9,8%. Já a produtividade teve um salto de 81,8%, passando de 1.868 para 3.396 quilos por hectare.</div>
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<div align="justify">Os Cerrados piauienses aparecem como a região de maior produção de algodão, superando em muito a região de Picos, que no passado já foi o principal centro de cultivo.</div>
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<div align="justify">Ali, a área plantada na safra 2007/2008 aumentou 28,6%, passando de 10,4 mil para 13,3 mil hectares, e a produtividade cresceu 56,5%, chegando a 3.647 quilos por hectare, em média. Em algumas fazendas, no entanto, a produtividade chegou a 4,5 mil quilos por hectare. A produção passou de 24,2 mil toneladas, na safra 2006/2007, para 48,7 mil toneladas na safra atual.</div>
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<div align="justify">Na região de Picos, a área plantada com algodão herbáceo encolheu 58,4%, caindo de 2,9 mil, na safra 2006/2007, para 1,2 mil hectares na safra 2007/2008, mas a produtividade aumentou 218,8%, chegando a 656 quilos por hectare. A produção foi de 791 quilos. A produção de algodão em pluma em todo o Estado chegou a 17,8 mil toneladas, contra 9 mil toneladas da safra anterior, um aumento de 98%. A área plantada e a produtividade também aumentaram. A área plantada passou de 13,3 mil para 14,6 mil e a produtividade de 674 quilos para 1,2 mil quilos por hectare.</div>
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<div align="justify">Já a produção de caroço de algodão cresceu 99,6% - de 15,9 mil para 31,7%. A produtividade também avançou, passando de 1.195 quilos para 2.174 quilos por hectare.</div>
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<div align="justify"><strong>Algodão no Piauí -</strong> O principal pólo algodoeiro do Piauí ficava na região Sudeste do Estado, tendo o município de Picos como centro. A grande produção garantiu a instalação de uma usina do Grupo Coelho, um dos mais poderosos da época. Mas, a cultura do algodão enfrentou grandes dificuldades nos anos 80, entre elas a praga do bicudo, responsável por sérios prejuízos aos agricultores. Além disso, houve incentivo para a compra de algodão importado, provocando o declínio da indústria têxtil nacional.</div>
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<div align="justify">Essas dificuldades resultaram em queda substancial da produção no Nordeste brasileiro e também no Piauí, em função da baixa adoção de tecnologias que impossibilitava a convivência adequada com a praga do bicudo e da baixa competitividade do produto local com o importado, em razão da sua qualidade e da escala de comercialização.</div>
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<div align="justify">Os problemas na cultura algodoeira também foram registrados nas demais áreas tradicionalmente produtoras de São Paulo e Paraná. No Paraná, por exemplo, a área plantada caiu de cerca de 700 mil hectares no início da década de 90 para menos de 40 mil hectares em 2001.</div>
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<div align="justify">O algodão aparece hoje como alternativa para rotação com a soja na região dos Cerrados, garantindo no Piauí o renascimento da cultura com uma produtividade elevada.</div>
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<div align="justify">O sucesso da cotonicultura no Cerrado tem sido impulsionado pelas condições de clima favorável, terras planas, que permitem mecanização total da lavoura, programas de incentivo do governo e também pelo uso intensivo de tecnologias modernas. Este último aspecto tem feito com que o Cerrado brasileiro detenha as mais altas produtividades na cultura do algodoeiro no Brasil e no mundo, em áreas não irrigadas.</div>
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<p>Segundo dados disponíveis, em 1986 existiam no Piauí 219.876 hectares plantados de algodão, dos quais 155.081 hectares de algodão arbóreo e 64.796 hectares de algodão herbáceo. A região do Semi-árido já foi responsável por 79,51% da área plantada de algodão no Piauí, garantindo 55,08% da produção estadual dessa fibra. A cultura do algodão no Estado chega a empregar dois homens por hectare ao ano.</p>
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<div align="justify"><strong>Histórico -</strong> O algodão é considerado a mais importante fibra têxtil, natural ou artificial, e é também a planta de aproveitamento mais completo e que oferece os mais variados produtos de utilidade.</div>
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<div align="justify">A produção de algodão teve aumento de 99,6% Vêm de muitos séculos antes de Cristo as referências sobre o algodão. Na América, foram encontrados vestígios no Peru, evidenciando que povos milenares daquela região já manipulavam o algodão. Com os incas, o artesanato têxtil atingiu culminância, pois amostras de tecidos de algodão, por eles deixados enchem os olhos pela beleza, perfeição e combinação de cores.</div>
<div align="justify">No Brasil, pouco se sabe sobre a pré-história do algodão. Alguns pesquisadores sustentam que nas Américas, na época do descobrimento os indígenas já cultivavam o algodão e convertiam-no em fios e tecidos. No inicio do século XVI, Jean de Lery já descrevia o processo que os índios utilizavam para fiar e tecer o algodão. Os primeiros colonos chegados ao Brasil, logo passaram a cultivar e utilizar o algodão nativo. Mas foi só no século XVIII, com a revolução industrial, que o algodão foi transformado na principal fibra têxtil e no mais importante produto das Américas.</div>
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