ARTIGO
MEMÓRIAS DO RECRUTA EVÊNCIO
Confira mais um atrigo do cronista Edimar Luz.
Edimar Luz - 14/08/2013

Inicialmente, quero destacar aqui que o meu pai, senhor João Evêncio da Luz, agropecuarista desde criança, e reservista de 1ª categoria, quando jovem serviu o Exército no Tiro de Guerra 201, no ano de 1947, em Picos, sendo então seu nome de guerra, Soldado Evêncio, e seu número, 31. Nome e número estes que o acompanharam por todo aquele ano nas fileiras do Exército, e nos tempos subsequentes. Era um contingente formado de 62 recrutas, sendo que dois deles foram dispensados logo após o incorporamento/incorporação. O competente Sargento Domerval Alves Moreno era o instrutor comandante daquele pelotão do Tiro-de-Guerra 201, instituição militar e centro de formação de cidadãos reservistas do Exército Brasileiro, na cidade de Picos, no Piauí.  

Vale lembrar que os tiros de guerra ou TG’s surgiram na cidade gaúcha de Rio Grande, no ano de 1902 e tinham inicialmente o nome de linhas de tiro, fundadas com finalidades militares.

Lembro-me do meu pai, saudoso, contando-nos com orgulho e emoção da honra de ter ele servido à Pátria, com a dignidade e o mérito de um cidadão brasileiro.Recordava cada momento e cada colega de guerra que com ele vivenciaram viril e fortemente o cotidiano de soldados recrutas daquele hoje extinto Tiro de Guera 201, no longínquo ano de 1947.  Este exemplo foi seguido 31 e 38 anos depois, respectivamente, por dois dos seus filhos: eu e o meu irmão Roberto, no 3º BEC, aqui na nossa cidade de Picos, onde pelas vicissitudes do tempo, e também pela maior abrangência geográfica e populacional, o nosso/meu contingente era formado de 250 soldados distribuídos em cinco pelotões. Nossos colegas de serviço militar, eram recrutas de praticamente todas as cidades do centro-sul piauiense.

Eram colegas de guerra do meu pai, ou seja, colegas do serviço militar no Tiro de Guerra 201, no Exército, em 1947: Almiro Moura (Almiro de Bila), João Acelino (João de Tia Belinha), Felipe Luz (Felipe Egídio), Antônio Leopoldo (Seu Antônio da Farmácia), Zezito Amaro, Doca Marcolino Luz, Antônio Ibiapina (Pebinha), Totó e muitos outros...

O Tiro de Guerra 201 funcionava, naquela época, na Rua Grande, atual Avenida Getúlio Vargas, principal via pública do centro da nossa cidade de Picos. Depois funcionou em outro local.

 

(*) Edimar Luz, é escritor/cronista, poeta, articulista, memorialista, professor e sociólogo, formado em Recife – PE.

 

                                                                                         Picos - PI, 16 de maio de 2012.

 

 

                                                                                          

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