Situação dos menores é triste e constrangedora para as autoridades, afirma o Major
Durante entrevista sobre as ocorrências do final de semana, o major Vicente Carlos voltou a tocar no assunto dos menores que cometem infrações
<div align="justify">Durante entrevista sobre as ocorrências do final de semana, o major Vicente Carlos voltou a tocar no assunto dos menores que cometem infrações na cidade, segundo ele “A situação dos menores está triste e constrangedora para as autoridades de Picos”. Entre os motivos, pais que não conseguem ter controle sobre seus filhos, menores que cometem a mesma infração repetidas vezes e continuam nas ruas.</div>
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<div align="justify">Vicente Carlos relatou que “menor cometendo crimes está virando uma rotina, ontem durante a ronda, encontramos vários infratores esperando as pessoas saírem da igreja, se isso não for combatido agora, será um problema maior no futuro”, acrescenta.</div>
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<div align="justify">O Major considera inadmissível a presença desses adolescentes até altas horas da madrugada nas ruas da cidade, e afirma que os pais também serão penalizados por isso, “as famílias não estão tendo o devido cuidado, repetidas vezes os adolescentes são detidos por roubo de celular e voltam às ruas para cometer novos crimes, é preciso que sejam encaminhados para a re-socialização e eles precisam ser segurados no complexo”, afirma.</div>
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<div align="justify">De acordo com Raimundo Nonato, que reponde pelo Complexo de Defesa do Menor na ausência da Coordenadora, a falha no sistema vai desde a prisão até as medidas sócio-educativas em meio aberto, “na maioria das vezes falta procedimento, ou ele é feito de forma errada na delegacia, faltando a materialidade do crime para ser apresentada junto ao juiz”.</div>
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<div align="justify">Para esclarecer a falta de materialidade, Raimundo Nonato usou um caso onde o menor é preso por porte de arma, e durante o julgamento essa arma não aparece, assim, “o juiz não terá materialidade suficiente para mantê-lo em regime fechado”, explica.</div>
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<div align="justify">Já a falha com as medidas sócio-educativas em meio aberto, Raimundo atribui à falta de acompanhamento durante a Liberdade Assistida (L.A.) e a Prestação de Serviços à Comunidade (P.S.C.), onde a família que é responsável pelo menor não o acompanha devidamente, o que vem gerar a reincidência do crime mais a frente.</div>
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<div align="justify">De acordo com Alcebíades Araújo que é Conselheiro Tutelar, em Picos já existe um órgão que responde pelo acompanhamento do menor onde funcionam o P.S.C. e o L.A. no CREAS, “realmente existe muita reincidência, a falta de materialidade é uma fato, e a família também contribui quando não ajuda a cumprir com as exigências dos programas sociais”,</div>
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<div align="justify">“Alguns adolescentes que cometem os delitos acabam extraviando as provas, ou a vítima se intimida e não volta para prestar o depoimento, como a justiça só trabalha com provas materiais, não será possível exigir a permanência do menor no Complexo se não existir provas que ele cometeu aquela infração”, acrescenta o conselheiro.</div>
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<div align="justify">Alcebíades acrescenta que falta uma estrutura, “eles não podem ficar a mercê da sorte nas ruas, falta uma estrutura para acomodar esses adolescentes que saem das medidas sócio-educativas e a oportunidade com condições e atividades para que o menor conviva em meio aberto e não volte a reincidir”.</div>
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<div align="justify">Sobre o caso, O Juiz da 3° Vara infanto-juvenil de Picos, Geneci Benevides acrescenta que viver longe da escola e em um meio latente de criminalidade influencia na prática de crimes, assim como a falta de estrutura familiar, maternidade e paternidade muito jovem, “a filosofia presente na legislação do menor é de que a pessoa está em formação então não deve ser punido e sim re-socializado,no entanto, faltam esses meios de re-socialização que não cabe ao Poder Judiciário e sim ao Poder Executivo”, acrescenta.</div>
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<div align="justify">Dr. Geneci também argumentou a falta de um abrigo para menores não infratores, “Na ultima quinta-feira recebi um menor que não tem onde ficar, a mãe o abandonou, o pai não o leva pra casa porque a madrasta não o aceita em casa já que o mesmo é usuário de drogas. Outro caso recente é o de uma mãe que deixa o filho aqui e vai para Natal-RN se prostituir, dois casos onde os menores vivem nas ruas 24 horas por dia, Picos não tem um abrigo para esses menores não infratores”.</div>