A partir dos debates será formulado um relatório e entregue ao governador e prefeitos para servir de subsídio para um plano de trabalho do futebol piauiense.
<div align="justify">O segundo dia do I Fórum do Futebol Profissional do Piauí, na sexta-feira (28), levantou questões polêmicas e cruciais para se pensar o futuro do esporte a nível estadual. Dirigentes, ex-atletas, advogados, cronistas esportivos e especialistas debateram sobre a importância do marketing, da imprensa e a valorização do jogador como trabalhador formal entre outros assuntos.</div>
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<div align="justify">No debate inicial, Alexandre Mazzo, especialista em marketing esportivo, fez uma explanação sobre o "Marketing Esportivo no Futebol Piauiense". Em sua fala, ele destacou a importância de uma equipe especializada de comunicação dentro dos clubes. Para Mazzo, a equipe de publicidade e assessoria de imprensa pode tanto dinamizar a forma de como a população vê um time como também facilitar na hora da negociação com patrocinadores.</div>
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<div align="justify">Em seguida, foi a vez de Erlich Cordão, idealizador e coordenador do Rali Piocerá/Cerapió, falar sobre o seu evento no painel "Experiência de Sucesso no Esporte". "Falta planejamento estratégico no futebol piauiense", analisou, sustentando seu argumento dando como exemplo a sua competição que é organizada com bastante antecedência e sempre traz algum atleta de renome em nível nacional; ele falou que seu evento que chega aos 24 anos possui um plano de mídia bastante completo com dados sobre quanto tempo o Piocerá conseguiu ficar exposto nos meios de comunicação, o que acaba servindo de embasamento para convencer os patrocinadores a apostarem no esporte. "O que não falta para o futebol do Piauí é divulgação; falta apenas grandes nomes que atraiam o torcedor aos estádios. A imprensa daqui é maravilhosa com vocês. Eu cheguei até aqui, trabalhando desde o começo porque tratei com respeito os patrocinadores, a imprensa e os atletas", explicou.</div>
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João Eudes, o Bolinha, editor de Esportes da TV Clube, expôs, em seguida, considerações sobre "O papel da Crônica esportiva no Futebol Piauiense". Ele acredita que, muitas vezes, os jornalistas esportivos do Estado fazem "vista grossa" para os problemas do futebol, justamente para não maximizar ainda mais a difícil situação pela qual o esporte passa. "A época do romantismo, onde se descrevia poeticamente um lance, acabou. A linguagem hoje é outra. Não podemos fazer mais isso, assim como temos que ter coragem para discutir, levantar os problemas", declarou.</p>
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Como debatedor do tema, participou o presidente do Esporte Clube Flamengo, Everaldo Cunha, que falou do caso do atacante Jardel. "No dia do jogo com o Palmeiras, a imprensa estava toda voltada para a partida. Enquanto isso, eu estava resolvendo problemas e ninguém se deu conta", informou. Ele destacou ainda que a contratação do ex-craque do Grêmio conseguiu levar 33 mil pessoas ao Albertão; quantidade semelhante só aconteceu há 25 anos atrás. "Tivemos um bom retorno financeiro com o Jardel, mas o retorno publicitário não se realizou porque muita gente começou a bater nele. Nossa intenção era utilizá-lo pra fazer campanhas com empresas daqui, mas a tendência do futebol daqui tem que ser essa (trazer jogadores que atraiam público)", pontua.</div>
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<div align="justify"><strong>Futuro</strong></div>
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<div align="justify">O ex-presidente da CBF, Alfredo Nunes, abriu as discussões sobre "Perspectivas do Futebol Piauiense". Ele afirma que os dirigentes dos clubes do Piauí devem mudar sua postura e trabalhar mais profissionalmente. "Eles não podem resolver tudo na pernada; têm que fazer projetos técnicos. Há uma estrutura para o futebol na mídia, mas é preciso sensibilizar os empresários através de um marketing moderno que garanta que o investimento no time dará certo", analisou. Nunes destacou ainda que é preciso livrar as equipes da dependências de verbas públicas. "A CBF não recebe um tostão do governo. O governo tem que dar os estádios em condições apenas. Não é função do governo dar dinheiro. Eles têm que gerenciar num outro rumo. Se os outros Estados conseguiram, por que nós não conseguimos?", questiona.</div>
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<div align="justify">Nunes dá ainda o exemplo do Barcelona, onde, segundo ele, não há sede social para os torcedores, mas ainda assim, o time tem 200 mil associados que pagam mensalmente sua cota de torcedor. "Eles possuem um estádio, onde fica a parte administrativa e lojas só para vender a marca. Isso faz com que você dificilmente veja alguém falar que o Barcelona esteja com problemas financeiros", destaca.</div>
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<div align="justify"><strong>Trabalho</strong></div>
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<div align="justify"> "Categoria de Base: Um Grande Negócio", foi o tema apresentado pelo advogado Martin Camelo Junior. O bacharel demonstrou o quanto os clubes piauienses estão deixando de ganhar por não investir em futuros craques. "Depois da Lei Pelé, investir em garotos que serão jogadores é um retorno garantido. Se o clube, por exemplo, firmar um contrato de aprendiz com um jogador de 14 anos, pagar uma bolsa de, por exemplo, R$ 150, quando ele fechar um contrato com outro time, o clube daqui tem direito a receber 15 vezes tudo o que investiu", descreve. A falta de organização das equipes do Piauí fazem com que todos os anos, jogadores saiam dos clubes onde foram revelados para times de outros Estados sem que fique nem um centavo aqui. "Isso tudo só vai mudar quando os times daqui formalizarem uma relação com estes jovens. Eles têm de manter uma divisão de base e formalizar um contrato com esses futuros atletas profissionais. Será bom para os dois", finaliza.</div>
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<div align="justify">O último painel da noite, foi ministrado pelo advogado do Sindicato dos Atletas Profissionais do Piauí (Sinapfepi), Josélio de Oliveira, e tratava das causas trabalhistas dos jogadores piauienses. Segundo Josélio, a maioria dos clubes do Estado ainda não trata seus atletas como trabalhadores, conforme a legislação. "Entre 45% e 60% dos jogadores vão ter problemas trabalhistas quando saírem dos times. Isso porque muitos clubes não pagam o INSS, FGTS aos quais eles têm direito", exemplifica. O advogado afirma ainda que para se antecipar quanto a este problema, os atletas devem procurar o sindicato o quanto antes para saber dos seus direitos e que a maioria das causas deste tipo tem veredicto favorável ao jogador.</div>
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<div align="justify"><strong>Arremate</strong></div>
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<div align="justify">Para o coordenador do Fórum, Celso Carvalho, o evento foi bastante proveitoso. "As discussões estão boas e está tudo dentro do que planejamos. Lamentamos apenas que vários clubes deixaram de comparecer, mas aqui vieram o presidente do Flamengo e representantes do 4 de Julho, Corissabá e Barras", diz. No sábado (29), aconteceram ainda os painéis sobre a "Influência da Comunicação na Estrutura do Futebol Profissional do Piauí", com o professor José Gomes; "Comunicação x Futebol", "Fatos Históricos do Futebol Profissional do Piauí", com o jornalista Pedro Alcântara e a "Estrutura do Futebol Profissional do Piauí", com o técnico do Flamengo Paulo Moronni.</div>
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A partir do que foi debatido, será formulado um relatório que será entregue ao governador, prefeitos e que servirá de subsídio para um plano de trabalho para o futebol piauiense. Neste domingo 30, último dia do Fórum, foi realizada uma oficina gratuita sobre futebol e arbitragem. A realização do I Fórum de Futebol Profissional do Piauí é da APCDEP, com promoção da Federação de Futebol do Piauí - FFP. Apoio do Governo do Estado do Piauí e Fundespi, Prefeitura Municipal de Teresina, Prefeitura Municipal de Piripiri, Prefeitura Municipal de Picos, Uso Contínuo, Laboratório Luiz Pires.</div>
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<p>Ascom FFP.</p>
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