Nacionais
POLÍTICA
Para especialista, partidos ainda são entrave à participação feminina na política
Contudo, existem dúvidas sobre a possibilidade de as mulheres conseguirem o apoio dos partidos para disputar as eleições em igualdade de condições", destacou.
Agencia Brasil - 24/02/2012

<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="line-height: 115%; font-family: &quot;Verdana&quot;,&quot;sans-serif&quot;; font-size: 12pt;">Embora as mulheres tenham conquistado o direito ao voto no Brasil h&aacute; 80 anos, esse fato n&atilde;o contribuiu para assegurar uma rela&ccedil;&atilde;o de equidade na representa&ccedil;&atilde;o pol&iacute;tica. Apesar de ter uma presidenta mulher, a atual bancada feminina na C&acirc;mara Federal representa apenas 8,77% do total da Casa, com 45 deputadas. No Senado, h&aacute; 12 senadoras, entre os 81 lugares.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="line-height: 115%; font-family: &quot;Verdana&quot;,&quot;sans-serif&quot;; font-size: 12pt;">Na opini&atilde;o do professor Jos&eacute; Eust&aacute;quio Diniz Alves, doutor em demografia e professor titular do mestrado em estudos populacionais e pesquisas sociais da Escola Nacional de Ci&ecirc;ncias Estat&iacute;sticas (Ence), os partidos pol&iacute;ticos brasileiros ainda funcionam como &quot;um grande funil&quot; que impede o aumento da participa&ccedil;&atilde;o pol&iacute;tica feminina.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="line-height: 115%; font-family: &quot;Verdana&quot;,&quot;sans-serif&quot;; font-size: 12pt;">&quot;&Eacute; como um vestibular que vai selecionando. Nessa sele&ccedil;&atilde;o, as mulheres ficam de fora. Quem decide a lista de candidatos s&atilde;o os homens&quot;, ressaltou. &quot;Se fizermos uma compara&ccedil;&atilde;o com a propor&ccedil;&atilde;o nas c&acirc;maras de outros pa&iacute;ses, o Brasil ocupa o 142&ordm; lugar. H&aacute; 141 pa&iacute;ses com participa&ccedil;&atilde;o melhor de mulheres. Estamos piores que o Afeganist&atilde;o, Iraque, o Timor Leste, Mo&ccedil;ambique e Angola&quot;, acrescentou Alves, que tamb&eacute;m contesta a premissa de que a mulher brasileira n&atilde;o vota em mulher.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="line-height: 115%; font-family: &quot;Verdana&quot;,&quot;sans-serif&quot;; font-size: 12pt;">Essa baixa propor&ccedil;&atilde;o de mulheres ocupando cadeiras no Congresso Nacional foi motivo de cobran&ccedil;a feita ao governo brasileiro, na semana passada, pelos peritos do Comit&ecirc; das Na&ccedil;&otilde;es Unidas para Elimina&ccedil;&atilde;o de Todas as Formas de Discrimina&ccedil;&atilde;o contra a Mulher (Comit&ecirc; Cedaw). Os questionamentos ocorreram durante a apresenta&ccedil;&atilde;o, em Genebra, do relat&oacute;rio produzido por organiza&ccedil;&otilde;es da sociedade civil brasileira.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="line-height: 115%; font-family: &quot;Verdana&quot;,&quot;sans-serif&quot;; font-size: 12pt;">Hoje (24), o Brasil comemora os 80 anos do direito de voto feminino. As mulheres passaram a ter o direito de voto por meio do decreto assinado em 1932, pelo presidente Get&uacute;lio Vargas.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="line-height: 115%; font-family: &quot;Verdana&quot;,&quot;sans-serif&quot;; font-size: 12pt;">&quot;As mulheres brasileiras conquistaram o direito de voto em 1932, mas ainda n&atilde;o conseguiram ser representadas adequadamente no Poder Legislativo. At&eacute; 1998, as mulheres eram minoria do eleitorado. A partir do ano 2000, passaram a ser maioria e, nas &uacute;ltimas elei&ccedil;&otilde;es, em 2010, j&aacute; superavam os homens em 5 milh&otilde;es de pessoas aptas a votar. Esse super&aacute;vit feminino tende a crescer nas pr&oacute;ximas elei&ccedil;&otilde;es. Contudo, existem d&uacute;vidas sobre a possibilidade de as mulheres conseguirem o apoio dos partidos para disputar as elei&ccedil;&otilde;es em igualdade de condi&ccedil;&otilde;es&quot;, destacou.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="line-height: 115%; font-family: &quot;Verdana&quot;,&quot;sans-serif&quot;; font-size: 12pt;">No &uacute;ltimo congresso do PT, no fim do ano passado, as mulheres conseguiram aprovar a regra da paridade para as elei&ccedil;&otilde;es que ocorrem em 2013. Mesmo sendo o partido da presidenta da Rep&uacute;blica, Dilma Rousseff, a aprova&ccedil;&atilde;o enfrentou resist&ecirc;ncia dentro da legenda.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="line-height: 115%; font-family: &quot;Verdana&quot;,&quot;sans-serif&quot;; font-size: 12pt;">Apesar das resist&ecirc;ncias, o PT foi o primeiro partido brasileiro a decidir pela paridade. Os outros n&atilde;o garantiram esse direito &agrave;s mulheres filiadas e tentam seguir a regra prevista na lei que prev&ecirc; a cota de 30% para as mulheres nas candidaturas proporcionais.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="line-height: 115%; font-family: &quot;Verdana&quot;,&quot;sans-serif&quot;; font-size: 12pt;">&quot;Nas elei&ccedil;&otilde;es passadas, nenhum partido conseguiu cumprir as regras, muitos acabaram apelando para<span style="">&nbsp; </span>candidaturas laranja, aquelas em que se coloca a secret&aacute;ria, a m&atilde;e, a tia como candidatos, mas n&atilde;o d&aacute; &agrave;s mulheres as condi&ccedil;&otilde;es de disputar uma elei&ccedil;&atilde;o de fato&quot;, destacou Jos&eacute; Eust&aacute;quio Diniz Alves.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="line-height: 115%; font-family: &quot;Verdana&quot;,&quot;sans-serif&quot;; font-size: 12pt;">&quot;A Lei de Cotas determina que os partidos inscrevam pelo menos 30% de candidatos de cada sexo e d&ecirc; apoio financeiro e espa&ccedil;o no programa eleitoral gratuito para o sexo minorit&aacute;rio na disputa. Os estudos acad&ecirc;micos mostram que se houver igualdade de condi&ccedil;&otilde;es na concorr&ecirc;ncia eleitoral, a desigualdade de g&ecirc;nero nas elei&ccedil;&otilde;es municipais poder&aacute; ser reduzida&quot;, destacou o professor, que n&atilde;o concorda com a opini&atilde;o de que o eleitorado brasileiro, mesmo majoritariamente feminino, n&atilde;o vota em mulher.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; margin: 0cm 0cm 10pt;"><span style="line-height: 115%; font-family: &quot;Verdana&quot;,&quot;sans-serif&quot;; font-size: 12pt;">&quot;Existe essa ideia de que a mulher brasileira n&atilde;o vota em mulher e isso n&atilde;o &eacute; verdade. As elei&ccedil;&otilde;es de 2010 provaram que isso n&atilde;o se sustenta. T&iacute;nhamos nove candidatos &agrave; Presid&ecirc;ncia da Rep&uacute;blica, sendo sete homens e duas mulheres. Essas duas mulheres levaram dois ter&ccedil;os dos votos&quot;, defende.</span></p>
Facebook
Publicidade