Saúde
SAÚDE
500 bebês sem cérebro nascem por ano no País
Eles morrem em até 48 horas após o parto e entraram para as estatísticas de mortalidade infantil
IG - 14/04/2012

<div align="justify">Em m&eacute;dia, 500 beb&ecirc;s sem c&eacute;rebro (condi&ccedil;&atilde;o chamada anencefalia) nascem por ano no Pa&iacute;s e morrem em at&eacute;, no m&aacute;ximo, 48 horas ap&oacute;s o parto.</div> <div align="justify"> <p>Nesta quinta-feira, dia 12, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que as mulheres que tiverem o diagn&oacute;stico de fetos anenc&eacute;falos &ndash; feitos por meio de um exame de ultrassom &ndash; podem fazer o aborto e n&atilde;o precisam mais levar a gesta&ccedil;&atilde;o em curso, se assim desejarem.</p> <p>Antes da decis&atilde;o do STF, as mulheres s&oacute; podiam fazer a interrup&ccedil;&atilde;o da gravidez se iniciassem um processo jur&iacute;dico. O desfecho, favor&aacute;vel ou n&atilde;o &agrave; interrup&ccedil;&atilde;o da gesta&ccedil;&atilde;o, dependia da decis&atilde;o individual de cada juiz. Agora com o julgamento favor&aacute;vel do Supremo, a decis&atilde;o pelo aborto nestas condi&ccedil;&otilde;es passa a ser s&oacute; da mulher.</p> </div> <div align="justify"> <p>Em 2010 &ndash; &uacute;ltimo ano com os n&uacute;meros mapeados pelo Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de &ndash; foram registrados 544 &oacute;bitos por anencefalia, o que indica que 544 mulheres levaram a gesta&ccedil;&atilde;o de fetos anenc&eacute;falos at&eacute; o final. Em 2009, foram 585 registros e, em 2008, 596.</p> <p>N&atilde;o h&aacute; um levantamento espec&iacute;fico sobre quantas conseguiram autoriza&ccedil;&atilde;o judicial individual para interromper a gravidez de anenc&eacute;falos antes do parto. Elas est&atilde;o misturadas entre as 1.477 que foram atendidas nas unidades habilitadas para fazer abortos previstos em lei, em uma rede chamada Aborto Legal.</p> </div> <div align="justify"> <p><strong>65 hospitais</strong></p> <p>A rede Aborto Legal &eacute; formada por 65 hospitais da rede p&uacute;blica do Pa&iacute;s. Estes hospitais de refer&ecirc;ncia j&aacute; realizam a interrup&ccedil;&atilde;o da gravidez em caso de estupro ou risco de morte da m&atilde;e e do beb&ecirc;. Por tamb&eacute;m acolherem v&iacute;timas de viol&ecirc;ncia, o nome das unidades &eacute; mantido em sigilo por quest&atilde;o de seguran&ccedil;a.</p> </div> <div align="justify"> <p>D&eacute;ficit: Roraima e Paran&aacute; n&atilde;o t&ecirc;m centros especializados para atender gr&aacute;vidas de anec&eacute;falos</p> <p>De acordo com o Minist&eacute;rio, s&atilde;o os hospitais, pronto-socorros ou unidades de pr&eacute;-natal que fazem o primeiro atendimento destas mulheres os respons&aacute;veis por fazer o encaminhamento das pacientes para a rede qualificada, para fazer os abortos previstos em lei quando essa &eacute; a vontade da gestante.</p> </div> <div align="justify">Al&eacute;m dos hospitais p&uacute;blicos, os particulares tamb&eacute;m podem fazer o aborto em situa&ccedil;&atilde;o de anencefalia. O Conselho Federal de Medicina (CFM) anunciou hoje (13) que criou uma comiss&atilde;o especial para definir os crit&eacute;rios do diagn&oacute;stico e as diretrizes para o aborto. Segundo os especialistas, caso a anencefalia s&oacute; seja detectada ap&oacute;s a 22&ordf; semana de gesta&ccedil;&atilde;o, &eacute; preciso estimular o parto, um processo diferenciado do aborto.</div> <div align="justify"> <p><strong>Causas desconhecidas</strong></p> <p>A causa da anencefalia ainda n&atilde;o &eacute; conhecida pela ci&ecirc;ncia e existem diversas hip&oacute;teses para explic&aacute;-la &ndash; desde muta&ccedil;&otilde;es gen&eacute;ticas at&eacute; uma dieta pobre em &aacute;cido f&oacute;lico.</p> </div> <div align="justify">&ldquo;Uma parte significativa dos fetos, 65%, morre ainda no &uacute;tero. Outra parcela tem os batimentos card&iacute;acos cessados algumas horas ap&oacute;s o trabalho de parto. Em casos rar&iacute;ssimos, em um n&uacute;mero muito pequeno deles, o organismo permanece funcionando por, no m&aacute;ximo, 10 dias&rdquo;, explicou o especialista Cristi&atilde;o Rosa, secret&aacute;rio da comiss&atilde;o de Viol&ecirc;ncia e Interrup&ccedil;&atilde;o da Gravidez da Febrasgo &ndash; entidade que re&uacute;ne as associa&ccedil;&otilde;es de ginecologia nacionais, em entrevista recente ao iG.</div>
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