Saúde
SAÚDE
Sete dores que não devem ser menosprezadas. Como evitar o pior?
Elas avisam: algo está errado. Mas preferimos pensar que vão passar depressa a procurar um médico. É aí que muitas vezes damos de cara com o perigo. Como escapar de um engano.
Saúde - 16/04/2012

<div align="justify"> <p>Levante a m&atilde;o quem nunca se automedicou por causa de uma dor. &Eacute; corriqueiro achar que ela &eacute; um mal passageiro, entupir-se de analg&eacute;sico e esperar at&eacute; ela se tornar insuport&aacute;vel para ir ao m&eacute;dico. Estudos indicam que 64% dos brasileiros tentam se livrar da sensa&ccedil;&atilde;o dolorosa sem procurar ajuda. Foi assim com a auxiliar de dentista Ant&ocirc;nia Sueli Ferreira, 45 anos, de S&atilde;o Paulo. &quot;Tomei muito rem&eacute;dio durante tr&ecirc;s meses por causa de c&oacute;licas fort&iacute;ssimas e do que parecia ser uma lombalgia. S&oacute; depois fui ao m&eacute;dico. E ent&atilde;o descobri que tinha um c&acirc;ncer colorretal.</p> <p>Tive de ser submetida &agrave;s pressas a uma cirurgia. Por sorte, estou bem&quot;, conta. Segundo o cirurgi&atilde;o Heinz Konrad, do Centro para Tratamento da Dor Cr&ocirc;nica, em S&atilde;o Paulo, &quot;a dor &eacute; um mecanismo de prote&ccedil;&atilde;o que avisa quando algo nocivo est&aacute; acontecendo&quot;. A origem do malestar? Eis a quest&atilde;o &mdash; e, para ela, precisamos ter sempre uma resposta. &quot;Na d&uacute;vida, toda dor precisa ser checada, ainda mais aquela que voc&ecirc; nunca sentiu igual&quot;, aconselha o cardiologista Paulo Bezerra, do Hospital Santa Cruz, em Curitiba. Aqui, selecionamos sete dores que voc&ecirc; nunca deve ignorar.</p> </div> <div align="justify"> <p><strong>Dor de cabe&ccedil;a</strong></p> <p>Dos 10 aos 50 anos, ela geralmente &eacute; causada por altera&ccedil;&otilde;es na vis&atilde;o ou nos horm&ocirc;nios &mdash; esta, mais comum entre as mulheres. E esses s&atilde;o justamente os casos em que a automedica&ccedil;&atilde;o aumenta o tormento. &quot;Isso porque, quando mal usado, o analg&eacute;sico transforma uma dorzinha espor&aacute;dica em di&aacute;ria&quot;, avisa o neurocirurgi&atilde;o Jos&eacute; Oswaldo de Oliveira J&uacute;nior, chefe da Central da Dor do Hospital A.C. Camargo, em S&atilde;o Paulo. Acima dos 50 anos, as dores de cabe&ccedil;a merecem ainda mais aten&ccedil;&atilde;o: &eacute; que podem estar relacionadas &agrave; hipertens&atilde;o.</p> </div> <div align="justify"> <p><strong>Dor de garganta </strong></p> <p>Costuma ser causada pela amigdalite de origem bacteriana ou viral. &quot;Se n&atilde;o for tratada, a amigdalite bacteriana pode exigir at&eacute; cirurgia&quot;, alerta o otorrinolaringologista Marcelo Alfredo, do Hospital e Maternidade Benefic&ecirc;ncia Portuguesa de Santo Andr&eacute;, na Grande S&atilde;o Paulo. A do tipo viral baixa a imunidade e, em 10% dos casos, vira bacteriana. Portanto, pare de banalizar essa dor. Se ela parece nunca ir embora, abra os olhos: certos tumores no pesco&ccedil;o tamb&eacute;m incomodam e podem ser confundidos, pelos leigos, como simples infec&ccedil;&otilde;es.</p> </div> <div align="justify"> <p><strong>Dor no peito </strong></p> <p>&quot;Quando o cora&ccedil;&atilde;o padece, a dor &eacute; capaz de se espalhar na dire&ccedil;&atilde;o do est&ocirc;mago, do maxilar inferior, das costas e dos bra&ccedil;os&quot;, descreve o cardiologista Paulo Bezerra. Em geral, isso acontece quando o m&uacute;sculo card&iacute;aco recebe menos sangue devido a um entupimento das art&eacute;rias. &quot;A sensa&ccedil;&atilde;o no peito &eacute; como a de um dedo apertado por um el&aacute;stico. E piora com o estresse e o esfor&ccedil;o f&iacute;sico&quot;, explica Bezerra. N&atilde;o d&aacute; para marcar bobeira em casos assim: o r&aacute;pido diagn&oacute;stico pode salvar a vida.</p> </div> <div align="justify"> <p><strong>Dor nas pernas</strong></p> <p>Muita gente n&atilde;o hesita em culpar as varizes &mdash; &agrave;s vezes injustamente. &quot;A causa pode ser outra&quot;, avisa a fisiatra Lin Tchia Yeng, do Hospital das Cl&iacute;nicas, em S&atilde;o Paulo. Uma artrose, por exemplo, provoca fortes dores nos p&eacute;s e nos joelhos. Se n&atilde;o for tratada, piora at&eacute; um ponto quase sem retorno. &quot;Em outros indiv&iacute;duos a dor vem das pisadas&quot;, explica Lin. &quot;&Eacute; quando h&aacute; um erro na posi&ccedil;&atilde;o dos p&eacute;s ou se usam cal&ccedil;ados inadequados.&quot; Sem contar doen&ccedil;as como hipotireoidismo e diabete, que afetam a circula&ccedil;&atilde;o nos membros. &quot;H&aacute; medicamentos espec&iacute;ficos para resolver a dor nesses casos&quot;, diz a reumatologista Solange Mandeli da Cunha, do Centro de Funcionalidade da Dor, em S&atilde;o Paulo.</p> </div> <div align="justify"> <p><strong>Dor abdominal </strong></p> <p>Uma dica: o importante &eacute; saber onde come&ccedil;a. Uma inflama&ccedil;&atilde;o da ves&iacute;cula biliar come&ccedil;a no lado direito da barriga, mas tende a se irradiar para as costas e os ombros. Contar esse trajeto ao m&eacute;dico faz diferen&ccedil;a. &quot;Se a pessoa n&atilde;o for socorrida, podem surgir perfura&ccedil;&otilde;es nessa bolsa que guarda a bile fabricada no f&iacute;gado&quot;, diz o cirurgi&atilde;o Heinz Konrad. Nas mulheres, c&oacute;licas constantes &mdash; insuport&aacute;veis no per&iacute;odo menstrual &mdash; levantam a suspeita de uma endometriose, quando o revestimento interno do &uacute;tero cresce e invade outros &oacute;rg&atilde;os. &quot;Uma em cada dez mulheres que vivem sentindo dor no abd&ocirc;men tem essa doen&ccedil;a&quot;, calcula a anestesiologista Fab&iacute;ola Peixoto Minson, do Hospital Israelita Albert Einstein, em S&atilde;o Paulo.</p> </div> <div align="justify"> <p><strong>Dor nas costas </strong></p> <p>A m&aacute; postura e o esfor&ccedil;o f&iacute;sico podem machucar a coluna lombar. &quot;&Eacute; uma dor di&aacute;ria, causada pelo desgaste f&iacute;sico e pelo sedentarismo&quot;, diz o geriatra Alexandre Leopold Busse, do Hospital S&iacute;rio-Liban&ecirc;s, em S&atilde;o Paulo. Conviver com o tormento? Essa &eacute; a pior sa&iacute;da. A dor nas costas, al&eacute;m de minar a qualidade de vida, pode escamotear o c&acirc;ncer no p&acirc;ncreas tamb&eacute;m. &quot;No caso desse tumor, surge uma dor lenta e progressiva&quot;, ensina a fisiatra Lin Tchia Yeng. Por precau&ccedil;&atilde;o, aprenda que a dor nas costas que n&atilde;o some em dois dias sempre &eacute; motivo de visitar o m&eacute;dico.</p> </div> <div align="justify"> <p><strong>Dor no corpo </strong></p> <p>Se ele vive mo&iacute;do, aten&ccedil;&atilde;o &agrave;s suas emo&ccedil;&otilde;es. A depress&atilde;o, por exemplo, n&atilde;o raro desencadeia um mal-estar que vai da cabe&ccedil;a aos p&eacute;s. &quot;O que d&aacute; as caras no f&iacute;sico &eacute; o resultado da dor psicol&oacute;gica&quot;, diz Alaide Degani de Cantone, coordenadora do Centro de Estudos e Pesquisas em Psicologia e Sa&uacute;de, em S&atilde;o Paulo. &quot;Quem tem dores constantes aparentemente sem causa e que vive triste, pessimista, sem ver prazer nas coisas nem conseguir se concentrar direito pode apostar em problemas de ordem emocional&quot;, opina o psiquiatra Miguel Roberto Jorge, da Universidade Federal de S&atilde;o Paulo. E, claro, essas dores que no fundo s&atilde;o da alma tamb&eacute;m precisam de al&iacute;vio.</p> </div>
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