Geral
ESCRAVIDÃO
OPERÁRIOS estavam como escravos na obra das Classes
O Ministério Público do Trabalho no Piauí ajuizou uma ação civil pública em que pede que sejam aplicadas multas por dano moral coletivo tanto da construtora responsável pela obra quanto do proprietário da mesma.
180graus - 26/04/2012

<div align="justify"> <p>Um total de 22 trabalhadores da constru&ccedil;&atilde;o civil foram resgatados, no in&iacute;cio deste m&ecirc;s, na obra da nova sede do Clube das Classes Produtoras do Piau&iacute;, localizada no KM 10 da BR-343, em Teresina. Auditores fiscais da Superintend&ecirc;ncia Regional do Trabalho e Emprego atestaram condi&ccedil;&otilde;es degradantes no ambiente de trabalho, que configuram situa&ccedil;&atilde;o an&aacute;loga &agrave; de escravo. O Minist&eacute;rio P&uacute;blico do Trabalho no Piau&iacute; ajuizou uma a&ccedil;&atilde;o civil p&uacute;blica em que pede que sejam aplicadas multas por dano moral coletivo tanto da construtora respons&aacute;vel pela obra quanto do propriet&aacute;rio da mesma.</p> <p>Na ocasi&atilde;o da inspe&ccedil;&atilde;o, os auditores fiscais encontraram os trabalhadores em alojamentos sem qualquer condi&ccedil;&atilde;o de higiene e conforto, sem banheiro, sem &aacute;gua pot&aacute;vel e sem carteira de trabalho assinada. Eles tamb&eacute;m n&atilde;o possu&iacute;am nenhum tipo de equipamento de prote&ccedil;&atilde;o individual.</p> </div> <div align="justify"> <p>Ap&oacute;s conversar com os oper&aacute;rios, o auditor fiscal Francisco Lu&iacute;s Lima verificou que eles foram arregimentados e trazidos a maioria do munic&iacute;pio de Barras para trabalharem em Teresina, atra&iacute;dos pela promessa de boa oportunidade de trabalho. A procuradora do Trabalho Maria Elena R&ecirc;go, que acompanhou a fiscaliza&ccedil;&atilde;o, afirmou na a&ccedil;&atilde;o civil p&uacute;blica: &ldquo;S&atilde;o pessoas simpl&oacute;rias, sem qualifica&ccedil;&atilde;o profissional, que sempre trabalharam na informalidade e que n&atilde;o possuem conhecimentos m&iacute;nimos para questionar as p&eacute;ssimas condi&ccedil;&otilde;es de trabalho a que foram submetidos&rdquo;.</p> <p>Durante a a&ccedil;&atilde;o, foram recolhidos os documentos dos trabalhadores para avaliar a real situa&ccedil;&atilde;o da irregularidade relatada por eles. Ap&oacute;s fazer os c&aacute;lculos, a Superintend&ecirc;ncia Regional do Trabalho e Emprego apresentou a construtora o total das verbas trabalhistas (sal&aacute;rio, f&eacute;rias, d&eacute;cimo terceiro e verbas rescis&oacute;rias) a serem pagas aos trabalhadores da obra. No dia 9 de abril, a construtora pagou todos os trabalhadores e foi obrigada a devolv&ecirc;-los ao munic&iacute;pio de origem. Todos ir&atilde;o receber seguro-desemprego, j&aacute; que a lei prev&ecirc; este benef&iacute;cio a trabalhadores resgatados em situa&ccedil;&atilde;o an&aacute;loga &agrave; de escravos.</p> </div> <div align="justify"> <p>O MPT chamou o presidente das Classes Produtoras e o dono da construtora para negociar um valor a ser pago a t&iacute;tulo de dano moral individualizado e de dano moral coletivo. Como n&atilde;o houve acordo, a procuradora Maria Elena R&ecirc;go ajuizou a a&ccedil;&atilde;o, que foi protocolada na &uacute;ltima quarta-feira no Tribunal Regional do Trabalho da 22&ordf; Regi&atilde;o. &ldquo;Estamos pedindo que o dano moral coletivo seja revertido em cursos profissionalizantes destinados a trabalhadores resgatados com o objetivo de inclu&iacute;-los no mercado de trabalho formal&rdquo;, afirmou a procuradora. Esses cursos fazem parte do projeto &ldquo;Resgatando a Cidadania&rdquo;, da Coordenadoria Nacional de Erradica&ccedil;&atilde;o do Trabalho Escravo do MPT.</p> <p>O MTE encaminhou o relat&oacute;rio da fiscaliza&ccedil;&atilde;o tamb&eacute;m para o Minist&eacute;rio P&uacute;blico Federal, onde ser&atilde;o apuradas as responsabilidades pelo artigo 149 da Constitui&ccedil;&atilde;o Penal, que trata como crime a redu&ccedil;&atilde;o do trabalhador &agrave; condi&ccedil;&atilde;o an&aacute;loga &agrave; de escravo.</p> </div>
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