Com trajes pretos, nariz de palhaço, faixas, cartazes e palavras de ordem os manifestantes percorreram as principais ruas da cidade.
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<p>Estudantes e professores das três Instituições Públicas de Ensino Superior, instaladas em Picos, Universidade Federal do Piauí (UFPI); Universidade Estadual do Piauí (UESPI) e Instituto Federal de Educação do Piauí (IFPI) realizaram na manhã desta quinta-feira (16) uma manifestação de protesto pelas principais ruas e avenidas da cidade.</p>
<p>Com trajes pretos, nariz de palhaço, faixas, cartazes e palavras de ordem os manifestantes se concentraram, por volta das 7:00h, no primeiro balão, que dá acesso ao centro de Picos e em seguida percorreram as principais ruas da cidade. Durante o percurso os participantes explicavam à sociedade os motivos da greve e gritavam “frases de efeitos” como: “Não, a privatização! Não, a prostituição da educação! Construamos, juntos, um outro projeto de NAÇÃO!”.</p>
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<div align="justify">Depois de percorrerem o centro de Picos, os participantes da manifestação realizaram o enterro simbólico da educação pública brasileira.</div>
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<p>De acordo com a professora de sociologia, Iael de Souza, o manifesto busca especificamente esclarecer a população porque a greve continua e desmentir as informações propagadas pelo governo. “O governo diz que encerrou as negociações e que assinou uma proposta de carreira com um sindicato, que não tem representatividade legal da categoria, quem tem essa representatividade é o Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior). Então, estamos mostrando que esse acordo é uma tentativa de tentar desmobilizar o movimento.”</p>
<p>Segundo a professora a luta não é só por aumento salarial, mas por melhores condições de trabalho. De acordo com ela a maioria dos professores, 97%, terá uma reposição de 20% em três anos, o que significa uma perda de 17% no salário e que a informação do governo que professor vai ganhar R$17 mil reais não procede.</p>
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<div align="justify">Para a professora Iael de Souza a ameaça do governo de cortar o salário dos grevistas é uma medida terrorista. “O governo quer nos ameaçar, isso é terrorismo. Porém, se a ameaça se concretizar o Andes vai entrar com recurso porque a greve é um direito garantido na Constituição Federal”.</div>
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<p>Em greve há três meses, os professores reivindicam um plano de carreira bem estruturado, que incentive os docentes a dedicarem sua vida profissional à instituição – condição necessária para a construção contínua de conhecimento e desenvolvimento da pesquisa.</p>
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<p>Iael de Souza disse que das 59 Universidades Federais do país, 57 estão em greve. Essa é a maior paralisação da categoria desde 2001.</p>
<p>Durante a manifestação pelas ruas de Picos, o trânsito ficou interditado e ocasionou congestionamento em alguns pontos da cidade.</p>
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