“Como podem ver, as instalações hidráulicas das celas e das demais partes do prédio não funcionam. As portas estão caindo e agora até a cobertura do banheiro está desabando”, informou o diretor.
<div align="justify">
<p>Como se não bastassem os problemas de viver em celas abarrotadas, os presos da Central de Flagrantes de Picos enfrentam o agravante da falta de alimentação e água para beber. Segundo informações do diretor regional do Sindicato dos Policiais Civis do Estado do Piauí (Sinpolpi), Joel Santos, como na Central não há o fornecimento de quentinhas por parte do Estado, os detentos de outras comarcas ficam sem comida.</p>
<p>De acordo com relatos dos presos Manoel Vicente de Brito, da cidade de Itainópolis, Valdinar Araújo dos Santos, de Teresina e Edivan da Conceição, da cidade de Francisco Santos os mesmos dependem da solidariedade dos outros detentos para se alimentarem. “Aqui somos jogados como se não fôssemos gente. Não temos família em Picos para trazer comida e água para nós, então, temos que nos conformar com o pouco que os colegas de cela dividem. Só comemos e tomamos água porque eles colaboram”, desabafou o apenado Manoel Vicente.</p>
</div>
<div align="justify">
<p>Além da falta de alimentação, policiais e detentos convivem com a estrutura física do local deteriorada. “Como podem ver, as instalações hidráulicas das celas e das demais partes do prédio não funcionam. As portas estão caindo e agora até a cobertura do banheiro está desabando”, informou o diretor.</p>
<p>Joel Santos ressaltou que o preso deveria ficar, no máximo, 72 horas na Central de Flagrantes para conclusão do inquérito, porém, alguns ficam até três meses ocasionando a superlotação e, consequentemente, o desvio de função do policial civil que passa a agir como agente penitenciário prejudicando o serviço de investigação. “Enquanto a polícia deveria está investigando crimes, está custodiando presos. Levando e trazendo para os hospitais, isso em caso extremamente necessário, e entregando as quentinhas que as famílias levam para os detentos”.</p>
</div>
<div align="justify">
<p>O diretor do Sinpolpi lembrou que o Sindicato, juntamente com o Ministério Público e Delegacia Regional, exige das autoridades uma solução para problemas, mas nenhuma medida foi tomada até agora. “O que percebemos é uma grande falta de vontade por parte de quem pode fazer alguma coisa para mudar essa realidade. Diariamente vivemos com situações absurdas. Qual situação pior que a de não ter o que comer? Mesmo pagando por um crime o ser humano tem o direito de se alimentar”, colocou o diretor.</p>
<p>Joel Santos disse que uma das sugestões dada ao estado seria ficar com o preso na comarca de origem, pois, o espaço é maior e também a família pode levar alimentação ao detento.</p>
</div>