Geral
PROJETO DE LEI
Advogado picoense é contra projeto que autoriza vigilantes ter direito a porte de arma fora do expediente
Atualmente, de acordo com o estatuto, as armas não podem ser compradas pelos vigilantes para uso particular.
Wallysson Bernardes - 22/01/2009

<div align="justify">Est&aacute; sendo analisado em Bras&iacute;lia pela C&acirc;mara de Deputados Projeto de Lei que isenta os vigilantes que comprarem arma para uso particular do pagamento da taxa de porte. A proposta acrescenta a medida ao Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826/03), que determina que as armas utilizadas por esses profissionais s&atilde;o de propriedade, responsabilidade e guarda das empresas onde trabalham. Atualmente, de acordo com o estatuto, as armas n&atilde;o podem ser compradas pelos vigilantes para uso particular.</div> <div align="justify"> <p>Segundo o deputado Onyx Lorenzoni os vigilantes possuem treinamento e, portanto, capacidade para portar arma. A isen&ccedil;&atilde;o,&nbsp;valer&aacute; para os vigilantes das empresas de seguran&ccedil;a privada e de transporte de valores que comprovarem que j&aacute; utilizam arma de fogo em servi&ccedil;o.</p> <p>Para o advogado picoense Antonio Jos&eacute; de Carvalho Junior (integrante do Escrit&oacute;rio de Advocacia Curica) <span>o estado conferiu a alguns cidad&atilde;os o direito de portar arma de fogo segundo as normas conferidas pelo Estatuto do Desarmamento, que, em regra, s&atilde;o funcion&aacute;rios p&uacute;blicos que fazem a seguran&ccedil;a p&uacute;blica, e excepcionalmente, os vigilantes que fazem a seguran&ccedil;a privada. O que causa desconforto no Projeto de Lei apresentado pelo deputado federal Onyx Lorenzoni, segundo ele, &eacute; a justificativa apresentada para a mencionada modifica&ccedil;&atilde;o no Estatuto. Pois, considera que esta n&atilde;o &eacute; plaus&iacute;vel e razo&aacute;vel a tal ponto de autorizar tal modifica&ccedil;&atilde;o. </span></p> </div> <div align="justify"> <p>&ldquo;Justificamos. Primeiro: o referido Deputado justifica essa reforma escudando-se no argumento de existe a necessidade dos vigilantes portarem arma de fogo para garantir sua seguran&ccedil;a pessoal, pois sem seu instrumento de trabalho (arma de fogo) n&atilde;o poder&atilde;o voltar aos seus lares sem risco de morte. Dessarte, se assim pensarmos, dever&aacute; ser garantido, tamb&eacute;m, a todo cidad&atilde;o que se encontre em estado de risco comprovado (que exemplos n&atilde;o faltam nos dias hodiernos), pois assim como os vigilantes, poder&atilde;o supostamente garantir com maior efic&aacute;cia suas vidas, n&atilde;o olvidando, contudo, que necessitariam preencher os requisitos do Estatuto e fazer um curso similar ao dos vigilantes. Em segundo lugar: Transferir ao cidad&atilde;o a responsabilidade estatal de garantir a sua seguran&ccedil;a, n&atilde;o &eacute; a solu&ccedil;&atilde;o para o caso, pois esta &eacute; responsabilidade/obriga&ccedil;&atilde;o &eacute; do Estado em mant&ecirc;-la&rdquo;, explica o advogado.</p> <p>Ele acrescenta ainda que se a profiss&atilde;o oferece riscos, deve o Estado encontrar meios para garantir a seguran&ccedil;a desses cidad&atilde;os, e n&atilde;o transferir a ele a responsabilidade sobre sua vida, entregando-lhe uma arma e, de certo modo, como se fala no popular &ldquo;te vira&rdquo;. Fazendo isso o Estado est&aacute; reconhecendo a fal&ecirc;ncia do sistema p&uacute;blico de seguran&ccedil;a, salvo melhor ju&iacute;zo.</p> </div> <div align="justify"> <p>&ldquo;Acreditamos, ainda, que com essa reforma o Estado dar&aacute; um novo passo para que o ele seja mais m&iacute;nimo ainda, pois com a reforma neoliberal este ficaria apenas com obriga&ccedil;&otilde;es m&iacute;nimas, como a sa&uacute;de, servi&ccedil;o p&uacute;blico indispens&aacute;vel e etc., onde, na verdade, esfacelar&aacute; parcelas de suas obriga&ccedil;&otilde;es m&iacute;nimas na seguran&ccedil;a p&uacute;blica. Em terceiro: A profiss&atilde;o do vigilante n&atilde;o &eacute; a &uacute;nica que oferece riscos. Advogados, empres&aacute;rios, outros funcion&aacute;rios p&uacute;blicos, dentre infinitos exemplos, s&atilde;o profiss&otilde;es que tamb&eacute;m oferecem risco de vida. Pois, cotidianamente, convivem com interesses de conflitos, sofrem amea&ccedil;as de morte e etc. Em quarto: A cada vigilante que porta sua arma particular haver&aacute; uma nova arma de fogo no mercado. Diariamente s&atilde;o roubadas in&uacute;meras armas de fogo de funcion&aacute;rios da seguran&ccedil;a p&uacute;blica, inclusive, note-se, ainda, que na nossa Cidade em dias pr&oacute;ximos pret&eacute;ritos fora roubada a arma de uma Policial que estava de servi&ccedil;o e fardada, que &eacute; preparada para trabalhar diuturnamente no combate ao crime, e n&atilde;o apenas fazer a seguran&ccedil;a de patrim&ocirc;nio, como em regra &eacute; o of&iacute;cio dos vigilantes.&rdquo;, argumenta.</p> <p>O advogado picoense Antonio Jos&eacute; de Carvalho Junior ainda reitera que o <span>que preocupa ainda mais com tal reforma &eacute; que ser&aacute; garantido a um empregado de uma empresa particular portar uma arma de fogo, que n&atilde;o est&aacute; sob diretrizes e normas administrativas, como &eacute; o caso de Policiais Militares, que al&eacute;m de responderem por seus atos no &acirc;mbito penal e c&iacute;vel, responder&atilde;o, tamb&eacute;m, na seara administrativa. No caso do vigilante, apenas responder&aacute; no &acirc;mbito c&iacute;vel e penal, sendo, possivelmente, despedido apenas por justa causa.</span></p> </div> <div align="justify"> <p>&ldquo;Por derradeiro, quer&iacute;amos apenas deixar assentado que essas singelas considera&ccedil;&otilde;es foram feitas apenas para gerar reflex&otilde;es, pois nos cabe indagar se a solu&ccedil;&atilde;o &eacute; distribuir armas de fogos a cidad&atilde;os como resposta a viol&ecirc;ncia urbana, concedendo a outorga de porte de um instrumento &uacute;ltimo de poder altamente lesivo&rdquo;, finaliza Antonio Jos&eacute; de Carvalho Junior (Advogado integrante do Escrit&oacute;rio de Advocacia Curica).</p> <p><strong>Estatuto</strong></p> </div> <div align="justify"> <p>O estatuto, em sua reda&ccedil;&atilde;o atual, n&atilde;o isenta os vigilantes do pagamento de nenhuma taxa. De acordo com as regras vigentes, s&atilde;o isentos os integrantes das For&ccedil;as Armadas, das pol&iacute;cias e dos corpos de bombeiros militares, entre outras categorias.</p> <p>Com Informa&ccedil;&otilde;es agencia C&acirc;mara</p> </div> <div align="justify">&nbsp;</div>
Lindojon Bezerra
22/01/2009 -21:35:

Concordo com o nobre colega Dr. Antonio Júnior. Se assim fosse todos nós andaríamos armados para garantir nossa segurança. Quando uma pessoa assume exercer uma atividade de risco, não foi forçada. Até porque o exercício do trabalho é livre e isso é constitucional. Agora cabe a cada profissional carregar o ônus de seu ofício com suas vantagens e também seus dissabores. Abraços.

Thiago Santos Alencar
22/01/2009 -20:27:

Concordo plenamente Dr. Antonio Carvalho.. vc expos todos os pontos negativos desse projeto com bastante clareza e objetividade.

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