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INCENTIVO
Apicultores recebem incentivo para quadruplicar produção
Segundo Fernando Danda, diretor-executivo do PCPR, o Governo do Estado vai atuar em duas frentes
Secom - 02/09/2008

O Governo do Estado, através do Programa de Combate à Pobreza Rural (PCPR), em parceria com a Associação dos apicultores da Microrregião de Simplício Mendes (AAPI), está formalizando uma parceria para quadruplicar a capacidade de produção de mel no Piauí.

Hoje, segundo o presidente da AAPI, José de Anchieta Moura, a produção anual da microrregião de Simplício Mendes chega a 150 toneladas e com essa parceria, para o investimento na construção de mais quatro casas de mel e aumento do número de colméias por família para no mínimo 40, oferecerá condições de elevar a produção para uma média de 600 toneladas.

Na microrregião de Simplício Mendes, que compreende nove municípios, 32 comunidades estão envolvidas na produção do mel, que deixou de ser uma atividade de complementação de renda para ser a principal fonte de renda para 930 famílias.

Segundo Fernando Danda, diretor-executivo do PCPR, o Governo do Estado vai atuar em duas frentes: Uma delas é o financiamento da construção de quatro casas de mel já com todos os equipamentos, bem como as vestimentas de segurança; a outra é o financiamento para fomentar a aquisição de mais colméias, saindo da média de 10 para 40 por família.

Através da parceria com várias entidades como o PCPR, a Igreja, Conab, Secretaria de Desenvolvimento Rural, Sebrae, Banco do Brasil e Codevasf, foi possível aumentar os investimentos na quantidade e na qualidade do mel produzido na microrregião, bem como a garantia de mercado para a comercialização do produto.

"O mercado para comercialização do mel produzido no Piauí é o mais promissor do país. Através da organização das comunidades e das associações, todos os produtores têm a garantia da venda do seu produto, sem precisar passar pela figura do atravessador. Já conseguimos, inclusive, através da parceria com a Conab, a compra antecipada do produto. Hoje, quando o produtor deixa seu mel no entreposto, já sai de lá com parte do dinheiro no bolso e depois da comercialização recebe o valor restante, que varia de acordo com o preço que o mel alcançar", comemora José de Anchieta.

Além da compra antecipada da Conab e do Programa de Compra Direta, da Secretaria de Desenvolvimento Rural, que tem o repasse dos recursos de imediato para o produtor, existe a Cédula de Produtor Rural, que garante a formação de estoque. O mel também tem um mercado interno bastante aquecido, tendo como um dos principais compradores o grupo Pão de Açúcar.

Mercado Internacional

Através do Instituto Interamericano de Cooperação para Agricultura (IICA), entidade que atua em parceria com o PCPR, o mel produzido na microrregião de Simplício Mendes já ganhou o mercado mundial. A primeira exportação em larga escala aconteceu em 2002, tendo como mercado consumidor a Itália, intermediada pela ONG Liberomondo, uma cooperativa social que promove o comércio de igualdade e solidariedade social.

Esta primeira exportação contou com o envolvimento de várias entidades, entre elas PCPR, Contag, Fetag e Igreja.

Depois dessa primeira experiência, nesses últimos anos, o principal país comprador do mel piauiense vem sendo os Estados Unidos, conforme explica o presidente da Associação dos apicultores da Microrregião de Simplício Mendes (AAPI), José de Anchieta Moura. Este ano, a expectativa é que seja fechada uma negociação em andamento para exportação de quatro conteiners.

José de Anchieta explica que o mel produzido tem aceitação muito boa no mercado interno e no mercado internacional devido a sua qualidade, que vem melhorando ano a ano, graças aos investimentos, aos cursos de capacitação e também as características da produção, que usa abelhas e floras nativas, sem a manipulação de nenhum tipo de agrotóxico.

"Há mais de seis anos que nossa associação comercializa tudo que produz. Não fica nada para o ano seguinte, além do nosso estoque regulador. Isso é resultado do trabalho dos apicultores em conjunto com todas as entidades parceiras. Além de ampliar a produção, que vai ser possível com o investimento do PCPR, também estamos trabalhando para obter a certificação de produção orgânica e ecossocial do Instituto Biodinâmico, que vai agregar mais valor ao mel de nossa região", pontua José de Anchieta.

Conforme explica o diretor-executivo do PCPR, os projetos voltados para os apicultores da microrregião de Simplício Mendes já estão em fase de estudo e análise e a intenção é gerar condições para que todas as famílias que atuam na produção de mel tenham uma renda superior a R$ 500,00.

"O PCPR entende que a apicultura tem contribuído muito para o combate à pobreza rural e já não é mais uma alternativa e sim uma atividade de destaque na região, por isso, estamos apostando muito nestas parcerias", finaliza Fernando Danda.

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