Saúde
MUDANÇA DE HÁBITOS
Professora de Picos usa redes sociais como aliadas na perda de peso
Com o diagnóstico de câncer de duodeno da sua mãe, a professora Ana Karina Sampaio “acendeu um farol de alerta” na própria vida, decidindo que era chegada a hora de mudar seus hábitos
Lana Krisna - 16/11/2013

Com o diagnóstico de câncer de duodeno da sua mãe, a professora Ana Karina Sampaio “acendeu um farol de alerta” na própria vida, decidindo que era chegada a hora de mudar seus hábitos.
Aos 39 anos, pesando 111 quilos e 300 gramas, concursada pelo Instituto Federal do Piauí- IFPI Campus de Picos, com uma vida cheia de atividades profissionais, pessoais e religiosas, Ana Karina parou de se enganar e optou por procurar uma nutricionista para dar início a uma mudança radical em busca de uma vida mais saudável e feliz.

Quarenta e cinco dias depois ela comemora a perda dos primeiros 6 kg e mudanças como: maior disposição física, menos dores no corpo e um bom sono. A sua meta é perder 45 kg, pelo menos 20 kg nos primeiros seis meses e ela está confiante.

“Esta tomada de decisão foi um momento muito difícil, em janeiro a minha mãe foi diagnosticada com câncer de duodeno e já era o terceiro caso na família, pois os meus avós maternos morreram de câncer. Isto acendeu em mim um farol de alerta, pois já existe uma predisposição genética, então eu me fiz à pergunta ‘será que eu vou ser a próxima? ’, e comecei a me questionar o que poderia fazer por mim, chegando à decisão de procurar uma profissional”, afirma.

Ana Karina conta o total apoio da nutricionista Dra. Tayse Costa, do personal trainer Robson Santos, além de uma legião de amigos e internautas que estão acompanhando a sua trajetória por meio do facebook e do blog que a professora criou para compartilhar a sua dieta, onde escreve sobre as mudanças e dá dicas de pratos saborosos com baixo teor calórico, experimentados na sua própria cozinha. Em uma semana o blog www.equibrium.blogspot.com obteve cerca 2 mil acessos.


“Eu moro só com o meu filho, por não ter muito com quem conversar e por estar muito distante do meu terapeuta, eu comecei a escrever como se estivesse contando para ele. A primeira ideia foi essa de externar e colocar para fora isto que eu estou vivenciando, mas aí tomou uma proporção maior”, afirma.


Ana Karina explica que diferente do que muitas pessoas imaginam a maior dificuldade não foi seguir o cardápio sugerido pela nutricionista, já que este é preparado de acordo com as condições de cada paciente, mas voltar a praticar atividades físicas. Ela conta que no primeiro dia colocou a roupa de academia, dirigiu-se até o local, mas não conseguiu sequer descer do carro.


“No primeiro eu dia me arrumei toda e me deu pânico, eu olhava para todos os carros e imaginava a quantidade de pessoas que estavam na academia, pensava ‘meu Deus elas vão olhar pra mim, eu estou enorme, eu estou feia, estou gorda’ e voltei pra casa. No segundo dia descobri que todas as pessoas estavam lá pelo mesmo motivo que eu”, ressaltou.


Ana Karina lembra que assim como muita gente, ela também dizia que não fazia uma dieta por falta de tempo e hoje ela nega essa desculpa afirmando que as pessoas não se cuidam pelo fato da acomodação.


“Nenhum gordinho é feliz”


A afirmação pode soar forte, mas a professora garante que a obesidade traz consigo inúmeros pesos além do físico: o peso social, a ausência de vontade de sair de casa, de não se sentir mulher e de não se sentir desejada.


“Existe uma frase que diz que ‘todo gordinho é feliz’ e isso não é verdade, todo gordinho finge ser feliz. Não existe felicidade ao entrar numa loja e não encontrar uma roupa, não existe felicidade em você não conseguir fazer um movimento corporal que outra pessoa comum consegue, na realidade isso é uma maquiagem que nós gordinhos fazemos às vezes para driblar esta condição. É muita opressão, não só da indústria da beleza, mas uma opressão que começa na infância com os apelidos, com o bullying e principalmente na adolescência quando você percebe que um garoto quer te namorar mas não quer aparecer em público de mãos dadas”, explica.


A professora afirma que não se rendeu a essa opressão na adolescência, quando pesava 57 kg e que por falta de orientação acerca do ganho de peso somado à falta de atividade física e consumo de alimentos calóricos, ela chegou a pesar em janeiro deste ano 117kg, momento da sua vida quando nem ela própria estava se aceitando, não apenas pela aparência, mas por interferir principalmente no campo profissional em virtude da falta de disposição física.


A luta de Ana Karina por uma vida mais saudável está apenas começando, mas com a certeza de que esta história de superação renderá bons capítulos no seu blog.  


“A mensagem que eu deixo para as pessoas, sendo elas gordas ou não, é que busquem saúde. A forma como nós estamos nos alimentando talvez seja um dos motivos de tantos diagnósticos de câncer, pois diariamente consumimos inúmeros conservantes e produtos industrializados. Precisamos olhar para isso e lembrar que moramos numa cidade pequena, você vai à feira e encontra produtos orgânicos produzidos aqui mesmo, eu estou neste caminho. Vamos ser saudáveis, a beleza é uma consequência”, pontua.

 

valéria neiva
19/11/2013 -11:29:

Linda, inteligente e determinada. Todos nós temos nossos medos e desafios. Mas enxergar seus defeitos e modificá-los é para poucos. Força, pessoa!!! Tenho muito orgulho de você!

Heloisa Portela
18/11/2013 -15:31:

Parabéns pela iniciativa. Orgulhosa pela superaçao.

Maria Moura
17/11/2013 -22:24:

Li a reportagem inteira degustando o texto e aí bateu logo a curiosidade: quem assina essa reportagem? E então veio a grata supresa: Lana Krisna. Que bom lhe reencontrar nessas páginas, moça. Sucesso!

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