Saúde
PROGRAMA MAIS MÉDICOS
Chegada de médicos cubanos causa polêmica em Picos
Na terça-feira, 10 de dezembro, dois médicos cubanos foram apresentados oficialmente pela Secretaria Municipal de Saúde, eles deverão atuar com a atenção básica nos postos dos Bairros São José e Morada do Sol
Portal O Povo - 11/12/2013

A polêmica em torno do Programa Mais Médicos está longe acabar, na terça-feira, 10 de dezembro, dois médicos cubanos foram apresentados oficialmente pela Secretaria Municipal de Saúde, eles deverão atuar com a atenção básica nos postos dos Bairros São José e Morada do Sol. 
 
Sobre o assunto o Jornal e Portal o Povo conversou com o Dr. José Almeida Leal, Diretor do Sindicato dos Médicos e membro do Conselho Regional de Medicina em Picos, que definiu o posicionamento do SIMEPI e CRM sobre a vinda dos médicos cubanos como de alerta, tendo em vista a falta de comprovação que esses profissionais estão realmente habilitados para tratar de saúde.
 
“Estão vindo pessoas sem comprovação que sejam médicos, essa comprovação é adquirida através de um teste chamado revalida, já existe inclusive uma legislação para isso. Essa prova é feita pelo Ministério da Educação, Ministério da Saúde e Conselho Federal de Medicina para avaliar se a formação desses profissionais é compatível com a grade de formação do médico brasileiro”, mas ressalta que as entidades médicas brasileiras estão de portas abertas para médicos de todos os países, desde que comprovem ter um curso de medicina com grade curricular compatível com a do Brasil.
 
Dr. José Almeida, Diretor do Sindicato dos Médicos e membro do Conselho Regional de Medicina em Picos
 
Dr. José Almeida lembra que a área médica lida com o que há de “mais sagrado” que é a saúde e que as escolas brasileiras de medicina são periodicamente fiscalizadas, havendo, inclusive, o fechamento de cursos que não atingem os níveis exigidos, também acrescenta que o índice de reprovação na prova de revalida gira em torno de 90%. 
 
O médico também critica a parte financeira do programa, afirmando que dos 10 mil reais que serão pagos mensalmente para cada profissional, cerca de R$ 5 mil será destinado para o Governo de Cuba. 
 
“O Governo Brasileiro ao invés de investir no Brasil, equipar hospitais e contratar profissionais locais, estará injetando mensalmente R$ 5 mil por cada profissional de Cuba, multiplicando isso por 4 mil médicos e por 12 meses, dará milhões”. E lembra que é preciso trazer profissionais já sabendo que eles são competentes e não coloca-los em experiência junto à população carente.
 
Segundo informações da BBC Brasil, o contingente de profissionais de saúde cubanos fora da ilha inclui, atualmente, 15 mil médicos, 5 mil técnicos de saúde, entre outros, trabalhando em 60 países. De acordo com a agência de notícias, eles geram lucro ao país de aproximadamente US$ 5 bilhões (R$ 10,6 bilhões) ao ano. Na Venezuela, por exemplo, o serviço que os médicos cubanos prestam permite que Cuba receba 100 mil barris diários de petróleo.
 
De acordo com a Agência Brasil, a estimativa é que, atualmente, permaneçam em Cuba 75 mil médicos, em uma proporção de um profissional para cada 160 habitantes. A taxa é a mais alta de toda a América Latina. O acordo com a Opas prevê a vinda de 4 mil profissionais para o Brasil, número que corresponde a pouco mais de 5% dos médicos que hoje trabalham em Cuba.
 
O Programa Mais Médicos vem para o Brasil com o intuito de suprir a necessidade imediata de muitos municípios brasileiros, neste ponto Dr. José Almeida acrescenta que a ausência de profissionais médicos no interior está ligada diretamente a falta de um plano de cargos, carreiras e salários.
 
“Juiz, promotor, professor universitário, gerente de banco, nenhum deseja ir para cidade pequena, eles vão porque têm um plano de cargos, carreiras e salários, eles têm estabilidade. No interior do Piauí e em muitas cidades do Brasil existe apenas um contrato com os médicos, então o que atrai o profissional médico para o interior são as condições de trabalho, justamente o que está faltando no país. Por isso não precisamos de mais médicos, precisamos de mais investimento e condições para a saúde”, pontua.
 
Secretária Municipal de Saúde e mebros da sua equipe durante a apresentação dos médicos  Idalmis Torres Perez e Henry Quintero Gallo
 
A Secretária Municipal de Saúde, Ana Eulálio, esclarece que os médicos têm sim formação comprovada, tendo cada um cursado seis anos de medicina e mais três anos de especialização. Sobre a não realização do teste de revalida, a secretária afirma que esta questão já foi suficientemente discutida e contrargumentada pelo próprio Ministério da Saúde que tem autoridade e conhecimento jurídico adequado para se posicionar de forma clara ao fator de resistência das corporações médicas no Brasil.
 
“Os profissionais cubanos e de outros países que aderiram ao programa vêm ao Brasil principalmente em função do notório reconhecimento do trabalho na atenção primária, esses profissionais irão atuar exclusivamente na atenção básica, área para qual eles têm toda uma preparação e qualificação, haja vista que os dois profissionais que aqui se encontram têm um curso de medicina de seis anos e uma especialização na área da atenção primária de três anos adicionais à formação em medicina, e acho que o melhor indicador quanto à qualificação dos profissionais para essa atividade que eles pretendem desenvolver aqui e para a qual eles têm a autorização legal, técnica e formal, são os próprios indicadores de mortalidade infantil de Cuba, onde para cada mil crianças nascidas vivas, cinco morrem antes de completar um ano, diferentemente do Brasil que para cada mil crianças nascidas vivas, vinte e seis morrem antes de completar o primeiro ano”, enfatiza.
 
Ana Eulálio acrescentou que a secretaria não tem nenhum interesse em criar qualquer aresta ou conflito com nenhuma categoria médica, apenas está testando uma iniciativa do Ministério da Saúde voltada para o enfrentamento aos graves problemas de desassistência no âmbito da atenção primária. Também anuncia o encaminhamento do projeto de Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) dos profissionais de saúde de Picos para votação na Câmara de Vereadores.
 
“Esse PCCS está pronto, fizemos a convocação de todas as categorias profissionais, o Sindicato dos Médicos e as representações da categoria no município nunca se fizeram participar das reuniões e eu volto aqui a afirmar uma posição que defendi no início da minha gestão: eu não sou gestora de médico, eu sou gestora de um sistema público de saúde que é constituído por várias categorias profissionais, dentre outras, os profissionais médicos, e a minha obrigação é a construção de um PCCS que está pronto e deverá ir para o legislativo na próxima semana com uma proposta de carreira para os profissionais do SUS no município de Picos. E gostaria de dizer que esta secretaria construiu sim um plano que respeita o tempo de investimento na formação do profissional, a natureza da atividade desenvolvida pelo profissional médico (...) e que com toda certeza a proposta que está lançada no PCCS é revolucionária para todos os profissionais de saúde do município, inclusive para a categoria médica que sem dúvida alguma será extremamente beneficiada com o que está proposto”, pontua.
 
Os médicos Idalmis Torres Perez e Henry Quintero Gallo chegaram ao Brasil no mês de novembro, passaram 45 dias participando de uma capacitação em Brasília e uma semana em Teresina, os primeiros dias em Picos serão de adaptação e conhecimento da realidade, eles começarão a atuar com a chegada dos registros emitidos pelo Ministério da Saúde.
 
Sobre a adaptação, a Dra. Idalmis Torres Perez afirmou que eles já conseguem compreender com clareza a língua portuguesa e que estão se esforçando para aprender a pronúncia desta nova língua.
“Nós vimos ao Brasil trabalhar e assim poder ajudar a todas as pessoas que necessitam dos nossos serviços de saúde, por isso estamos vindo com a maior vontade de prestar nosso serviço para melhorar a saúde aqui no Brasil, principalmente nos bairros de mais difícil acesso”, disse.
francisco borges leal/sp
13/12/2013 -09:29:

RUIM COM ELES,PIOR SEM ELES,NA MINHA OPINIÃO,A POPULAÇÃO VAI AVALIAR A QUALIDADE PROFISSIONAL DESTE MEDICOS CUBANOS.NÃO PODEMOS JULGAR POR ANTECIPAÇÃO...

Robert
11/12/2013 -15:50:

Li todo o texto e interpretei perfeitamente. O discurso dos médicos é o mesmo, porém o que incomoda mesmo é a concorrência.

saude de picos
11/12/2013 -13:05:

Mauricio e Robert eu sei que o texto esta prolongado e tal vez vcs não consiga interpretar um texto tão bem objetivo como esse,falta de estudo? Quando vcs adoecerem procurem eles q saberão que o melhor sera medico com comprovação. O texto não diz q é contra eles e sim falta de comprovação medica.

francisco
11/12/2013 -12:27:

Em cuba tem é fabrica de exportar médicos?. Tá louco! haja medicos quantidade geralmente compromete qualidade.

mauricio
11/12/2013 -11:49:

eu não sei o porque desses médicos estarem criticando os cubanos, já que os daqui não querem trabalhar deixe os que querem.

Robert
11/12/2013 -11:23:

Sejam bem vindos os Cubanos!!!

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