Eu não concordo em número, gênero e grau quando os colegas de profissão praticamente sacramentam a morte do jornalismo.
<div align="justify">A famosa frase Ser ou não ser, eis a questão (no original, To be or not to be, that s the question) vem da peça A tragédia de Hamlet, príncipe da Dinamarca, de William Shakespeare. Encontra-se no Ato III, Cena I e é frequentemente usada como um fundo filosófico profundo. O verso expressa bem o que está vivendo a categoria após a Decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que suspendeu a exigência do diploma de curso superior de jornalismo.</div>
<div align="justify">
<p>Pois bem, achamos que o diploma é conferido pela vida, experiência e principalmente pela humildade e com aquele velho blá-blá-blá da formação acadêmica (que é essencial para qualquer profissão). Ponto. No entanto, É bom lembrar também que Jornalista precisa é ler Machado, Bertold Brecht, William Durant e Shakespeare, não só de "diploma". Segue a lição.</p>
<p>Critico com veemência a falta de união, o desrespeito com que os “iniciantes” têm com os já testados e aprovados profissionais e principalmente o descaso do Governo com Universidades sucateadas cheias de profissionais que nem da área são. O sistema e seus periféricos estão contaminados desde a raiz. Nós profissionais temos que rever muitas coisas e não ficar choramingando pelos cantos. As trincheiras foram abertas, basta agora buscar na essência de cada um, soluções. Pôr preto no branco o que se pensa ser a verdade (e esta é uma das minhas leis sagradas).</p>
</div>
<div align="justify">
<p>Eu não concordo em número, gênero e grau quando os colegas de profissão praticamente sacramentam a morte do jornalismo. Creio sim, que pode sofrer algumas baixas de percurso, mesmo com a virulenta decisão do STF. Mas, espero daqui a anos vindouros possa crescer uma nova cultura pelo menos em Picos, como criar uma Associação, organizar-se palestras e cursos, para que possamos UNIDOS tomar fôlego e renascer. Também creio que o prazer de ser jornalista não é substituído por nada.</p>
<p>Quero alerta ainda para a questão da ética, já que o aparelho social demanda sujeiras incríveis como manutenção do status quo das classes dominantes e, por conseguinte, rege todos os caminhos da propalada democracia.</p>
</div>
<div align="justify">
<p>Vamos exterminar nossas esquizofrenias. (segundo Eugem Bleuler, criador do termo, esquizofrenia significa pessoa de mente dividida). Existe algo de bom e muito valioso no trabalho do velho repórter, a sua própria experiência profissional contada em poucas linhas que servem de rumo para os focas e principiantes, como também para professores.</p>
<p>“Sabemos que para escrever bem não é preciso muita experiência e prática profissional”, dizem alguns. Vá lá! Ressalto que os jovens (novatos, focas, principiantes, etc.), não estão habilitados a isso. Esse julgamento é típico da arrogância daqueles que subiram algumas escadas da glória, ou daqueles cabelos brancos que não admitem que outros também o façam, mas que merecem trinta chibatadas no meio da praça. Ou então, Mozart não teria escrito sua primeiríssima sinfonia apenas aos 4 anos de idade.</p>
</div>
<div align="justify">
<p>Técnicas e mais técnicas, teses, dissertações, são escritas diariamente por pessoas que se acham capacitadas para ditarem os caminhos de uma meia dúzia de pobres mortais. Pessoas que se acham com a razão e o conhecimento sobre tudo, lógico, dento do jornalismo. Quer um exemplo? Clóvis Rossi, e o cito com o meu grifo jovem de bom entendedor, disse que a arte do jornalismo é convencer as mentes. Quanta pretensão. Digo mais. O manual da toda poderosa Folha de São Paulo determina que “Cada frase dever conter uma só idéia. Frases curtas são mais eficazes que as longas...”. O mais... O mais é peleja, é campo, é redação, é veia mesmo... Esse grifo último é meu.</p>
<p>Há ainda de se pensar o estrelismo pessoal de muitos. “Achar que já sabe tudo”. Noblat esclarece claramente os perigos da arrogância: “os perigos que apontei até aqui são graves embora nem de longe se comparem ao que são pai e mãe de todos os perigos – o de achar que já sabe tudo”. É verdade que a arrogância configura-se num passo para a desgraça. Dizem que o mais sensato para combater esse mal, em qualquer área, doutor ou não, seja a <strong>humildade comedida</strong>. O egocentrismo realmente atrapalha a carreira de novos e velhos profissionais. Parabéns pela brilhante colocação desse velho jornalista. A categoria é tão arrogante e dispersa que se quer consegue aprovar um conselho próprio.</p>
</div>
<div align="justify">
<p>A experiência de campo unida à prática da leitura ajudam a fazer um bom jornalista ou pelo menos o faz vencer grandes desafios do dia-a-dia das redações e principalmente, do mercado de trabalho. </p>
<p>Quero dizer que não alienado a ponto de engolir tudo que leio e vejo. Existem autores que simplismente ignoram o nosso sentido cognitivo e apelam com propostas bizarras e absurdas do fazer jornalismo. Digo isso porque existem manuais de estilos como o da Folha de São Paulo, O Globo, entre outros, que ridiculamente¸ tentam inundar as mentes de pobres focas, professores e até mesmo jornalistas experientes com suas normas e métodos de atuação.</p>
</div>
<div align="justify">
<p>Digo mais: a obra Manual de radiojornalismo da Joven Pan é um desses claros absurdos, pois a autora, Maria Elisa Porchat, ao longo do livro, além de puxar o saco da empresa que representa, apresenta normas e métodos do fazer um jornalismo falado diário, ao meu ver, ela nada mais quer do que convencer a todos sobre o estilo e façanhas, possíveis tendências do jornalismo falado no país, que, segundo ela, frutos da Joven Pan. Nesses moldes, seguem também os manuais Folha e Globo, com sua técnicas e normas iguais em todo o lugar e conhecidas de todos os jornalistas. O fato é que nada tais manuais acrescentam, a não ser uma incrível redundância e falta de respeito pela capacidade crítica de cada pessoa que os lêem. Já li os citados neste artigo, por conta disso estou enojado. Um círculo que pode alienar aqueles que se enveredam pela leitura de tranqueiras.</p>
<p>Acredito que para não cair nesse calabouço, é necessário que o foca, o principiante e até mesmo professores, tenham em mente a consciência e o senso crítico daquilo que irá ler como base científica e teórica para argumentos futuros, como também para a sua atuação profissional de agora em diante.</p>
</div>
<div align="justify">
<p>De resto, basta! faro de jornalista, competência e responsabilidade para se dar bem nesse meio que alguém determinou como parâmetro necessário que “o jornalista tem que matar um leão por dia”, como forma de vencer no famigerado mercado de trabalho.</p>
<p>Quero deixar a minha admiração à brilhante visão de mundo e de jornalismo do STF, bem como experiência respeitadíssima, como também o meu repúdio à sua arrogância velada em tratar esse assunto, que lhe deu tudo, e os focas como forma válvula de escape das suas angústias e desalentos. De baixo da minha pequena bagagem, quero simplificar que não acredito que o jornalismo morre. Além de ser o abre-alas do mundo da informação, é patente que todo o ser humano adora ser na foto. É isso.</p>
</div>
<div align="justify">
<p><strong>Wallysson Bernardes</strong></p>
</div>
<div align="justify"><strong>Editor-chefe do Jornal e Portal O Povo</strong></div>
<div align="justify"><strong>Historiador formado, cursando pós-graduação</strong></div>
<div align="justify"><strong>Acadêmico de Jornalismo e assessor de imprensa </strong></div>
<div align="justify"> </div>
<div align="justify"> </div>
<div align="justify"> </div>