O sacerdote está há mais de dois anos residindo na Itália e visita Picos onde exerceu sua missão sacerdotal durante 22 anos.
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<p align="justify"><span>O padre Francisco Bezerra Neto, conhecido popularmente por padre Bezerra, concedeu entrevista a nossa reportagem e falou do amor que sente pelo povo picoense e como está sendo sua vida no país que hoje mora.</span></p>
<p align="justify"><span>Há mais de dois anos vivendo na cidade de Piacenza-Itália, onde passa a maior parte do tempo estudando, o sacerdote estar em visita ao município de Picos, onde retornará para Itália no próximo dia 09 de agosto.</span></p>
<p align="justify"><span>Padre Bezerra completou no dia 04 deste mês, 26 anos de vida sacerdotal. Neste período foi pároco da paróquia de Nossa Senhora dos Remédios, em Picos, durante 22 anos, onde conquistou muitos amigos e admiradores.</span></p>
<p><u>CONFIRA ENTREVISTA</u></p>
<p align="justify"><strong><span>Edson Costa:</span></strong><span> No dia 04 de agosto de 1985, o senhor foi ordenado padre. Passado 26 anos de vida sacerdotal, qual o sentimento?</span></p>
<p align="justify"><strong><span>Padre Bezerra:</span></strong><span> Depois de 26 anos exercendo o ministério sacerdotal, me sinto muito feliz por ser padre. Eu creio que se nascesse outra vez ou cem vezes mais, seria novamente padre e faria tudo que fiz até hoje, porque realmente foi aquilo que desejei em minha vida. Eu nasci no dia 27 de dezembro de 1958, fui batizado no mesmo dia e segundo meus familiares, o padre David Ângelo Leal, que celebrou o batismo, tinha dito: “Deus te faça um padre”. Então, a graça que recebi no batismo e estas palavras do padre David me acompanharam ao longo do processo de minha formação e hoje me sinto firme e muito feliz.</span></p>
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<p align="justify"><strong><span>Edson Costa:</span></strong><span> Poucos meses depois de sua ordenação, o senhor foi escolhido por Dom Augusto Alves da Rocha, então bispo da Diocese, para assumir a paróquia de Nossa Senhora dos Remédios, ficando assim com a missão de substituir o padre Alfredo Schaffler, que era muito querido pela comunidade picoense. Como foi este trabalho de conquistar a confiança e o carinho dos católicos?</span> </p>
<p align="justify"><strong><span>Padre Bezerra:</span></strong><span> É verdade. Quando padre Alfredo, hoje bispo de Parnaíba, deixou a paróquia, assumiu o padre Valdo, um jovem sacerdote, idealista e competente, mas infelizmente antes de um ano ele desistiu e abandonou o ministério sacerdotal. Na época, nós éramos poucos padres. Recordo-me muito bem de uma reunião no Centro de Treinamento Diocesano (CTD), quando Dom Augusto reuniu o clero, pedindo sugestões para indicar o novo pároco e, o único padre naquela época ordenado e que não tinha paróquia era eu. Então o bispo me confiou esta missão de assumir esta paróquia. Inicialmente de uma forma provisória, pois somente no mês de maio do ano seguinte foi que recebi a posse oficial. De fato, substituir padre Alfredo foi um pouco difícil. Por uma lado, tinha a saudade do trabalho do padre Alfredo, por outro lado, tinha o sacerdote idealista que havia abandonado o sacerdócio e eu que era um padre recém-ordenado. O povo poderia até pensar que se um padre novo tinha entrado e saído (como aconteceu com o padre Valdo), poderia se repetir comigo. Mesmo assim, assumi e graças a Deus fui conquistando a confiança do povo. Eu me recordo o apoio que recebi de tantas pessoas, como por exemplo, de seu Lauriano (funerária) que uma vez após terminar a missa, bateu em meu ombro e disse: “Olha, vá em frente, confia em Deus, nós estamos com você”. Então aquilo me dava força e ânimo e fui tomando gosto e o que era para ser por pouco tempo, passaram-se 22 anos. Foi aqui em Picos onde aprendi e passei os melhores anos de minha vida sacerdotal e, hoje passado 26 anos como padre, me sinto muito feliz de retornar e sentir o calor humano das pessoas, dos catequistas, dos dirigentes com quem trabalhei e das crianças que vi pequeninas e que hoje estão aí ajudando a igreja.</span></p>
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<p align="justify"><strong><span>Edson Costa:</span></strong><span> Nos 22 anos trabalhando em Picos, o senhor conquistou muitos amigos, criando assim uma grande afinidade com o povo picoense. No mês de abril de 2008, o bispo dom Plínio José lhe transferiu para a paróquia de Paulistana. Naquele momento, houve algum sentimento de magoa? </span></p>
<p align="justify"><strong><span>Padre Bezerra:</span></strong><span> Não. Houve sim um sentimento de dúvidas e incertezas. De fato, quando você está num lugar trabalhando e se dando bem e tem que mudar, você se enche de novas expectativas, renova aquele temor de recomeçar um novo trabalho. Mas fui para Paulistana, passei sete meses lá e, conseguiu também conquistar o carinho do povo daquele município, digo isso porque passado dois anos, ainda recebo muitos telefonemas, mensagens e sinto uma alegria muito grande quando falam comigo. Também me sinto feliz em ter passado por aquela Paróquia. No momento da transferência veio aquele sentimento de como seria e como recomeçar, mas deu tudo certo. Este carinho que o povo tem por mim eu transfiro para Jesus Cristo que é o sumo e eterno sacerdote. Eu não sou nada mais que um instrumento na mão de Deus.</span></p>
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<p align="justify"><strong><span>Edson Costa:</span></strong><span> No mês de janeiro de 2009 o senhor foi morar na Itália. Qual foi o objetivo desta viagem e o que faz o padre Bezerra nos dias atuais?</span></p>
<p align="justify"><strong><span>Padre Bezerra:</span></strong><span> O padre tem direito, a cada dez anos, de um benefício para se refazer espiritualmente. Passado quase 23 anos, perguntei a dom Plínio se era possível me conceder dois anos para viver o ano sabático e ele aceitou. Escolhi a Itália, especificamente na cidade de Piacenza, onde já tinha passado outros padres brasileiros e onde tenho um bom relacionamento com alguns. E fui para a Itália nesta dimensão missionária, até como gesto de gratidão a Diocese de Piacenza que tanto serviu e ajudou nossa Diocese. Chegando Lá, fui acolhido na Paróquia de San Savino e logo comecei um curso de liturgia, na vizinha cidade de Padova. Depois, por motivos financeiros, tive que cancelar o curso, uma vez, que era distante de onde eu morava. E agora em comum acordo com dom Plínio, renovei o meu contrato por mais dois anos, onde irei começar um curso de espiritualidade na cidade de Milão, que fica somente a sessenta quilômetros de Piacesa, diminuindo o custo financeiro em 80% comparando com o curso anterior. Já me entrosei com a comunidade, divido as preocupações da Paróquia com o pároco e posso dizer que também sou feliz lá na Itália.</span></p>
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<p align="justify"><strong><span>Edson Costa: </span></strong><span>Agradeço pela disponibilidade de conceder esta entrevista e lhe deixo agora a vontade para suas considerações finais. </span></p>
<p align="justify"><strong><span>Padre Bezerra:</span></strong><span> Quero agradecer a Deus pela nova experiência fora do Brasil, pois está me ajudando a crescer na dimensão da Fé. Quero também agradecer com muito carinho o povo picoense, a acolhida das famílias e dos amigos e aproveito para renovar minha gratidão. Desejo a todos uma grande benção e que Deus conceda muita graça, saúde, felicidades e que juntos possamos continuar a nossa caminhada aqui neste mundo. Finalizo dizendo que amo muito o povo de Picos e de toda Diocese.</span></p>
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