José Maria Marin, vice-presidente mais velho da entidade, assume o cargo de forma interina
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<p>O presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Ricardo Teixeira, anunciou nesta quinta-feira que deixará o cargo por 30 dias. O cartola informou aos presidentes de federações que pediu uma licença temporária por motivos médicos. Teixeira indicou o vice-presidente da entidade, José Maria Marin, como seu substituto.</p>
<p>"Ele avisou a gente hoje (quinta-feira). Vejo como uma coisa normal. Espero que ele volte", afirmou ao iG o presidente da Federação Paulista de Futebol, Marco Polo Del Nero. Pelo estatuto da CBF, Teixeira poderia escolher um dos cinco vice-presidentes para assumir o cargo. "Ele que decidiu pelo Marin. Acho justo", completou Del Nero.</p>
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<p>Segundo o presidente da Federação Gaúcha de Futebol, Francisco Novelletto, a licença será de 30 dias. "Recebi um informe da CBF bem sucinto. A licença é por 30 dias. Agora assume o Marin porque é quem o presidente quis. Ele sempre indica o Mari", afirmou ao iG Novelletto.</p>
<p>Há 23 anos à frente da CBF, Teixeira tem mandato até 2015. Em fevereiro surgiram boatos de que o cartola, envolvido em denúncias de corrupção e com pouco trânsito no Governo Federal e na Fifa, poderia abandonar o cargo.</p>
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<p><strong>Medalha</strong></p>
<p>Novo presidente interino da CBF, José Maria Marin já foi presidente da Federação Paulista de Futebol e governador de São Paulo. O cartola é o primeiro nome na linha sucessório de Teixeira caso o presidente da CBF deixe o cargo. Aos 79 anos, ele é o vice-presidente mais velho da entidade, o que lhe garante, de acordo com o estatuto da CBF, o direito a substituir o número 1 da CBF se Teixeira renunciar.</p>
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<p>Curiosamente, pouco antes de voltar à berlinda como nome forte para suceder Ricardo Teixeira no comando da CBF, Marin voltara a experimentar a popularidade. No entanto, por uma razão bem menos lisonjeira.</p>
<p>No dia 25 de janeiro, ele foi flagrado pelas câmeras de TV embolsando (literalmente) uma das medalhas destinadas aos jogadores do Corinthians, campeão da Copa São Paulo de juniores.</p>
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<p>A Federação Paulista de Futebol informou que o cartola tinha direito a ficar com uma das medalhas, e que preferiu tal gesto a colocar o prêmio no pescoço sem merecê-lo. Seja como for, a ligeireza e a discrição com a qual colocou o objeto no bolso o fizeram virar alvo fácil das redes sociais, que não perdoaram a atitude.</p>
<p><strong>Saída em meio à crise</strong></p>
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<p>Envolvido, segundo a BBC, em um caso de corrupção dentro da Fifa, que está sendo investigado na Suíça, Ricardo Teixeira tem seu nome ligado ainda a um escândalos no Brasil. Documentos revelados pela Folha de S. Paulo apontaram que o cartola tem ligações com a empresa que superfaturou o amistoso da seleção brasileira contra Portugal, em 2008, no Distrito Federal. O caso foi investigado pela Polícia Civil de Brasília e está na Justiça Federal.</p>
<p>Em dezembro, Ricardo Teixeira chegou a pedir uma licença do cargo de presidente da CBF e do COL (Comitê Organizador Local da Copa do Mundo). Durante o período deixou de comparecer ao Mundial Interclubes e ao prêmio de melhor jogador do mundo, importantes eventos da Fifa, onde o dirigente já não goza de prestígio. Nas duas ocasiões, foi representado por José Maria Marin.</p>
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<div align="justify">Segundo pessoas próximas ao cartola, problemas de saúde e questões familiares também o levaram a deixar o cargo. Um funcionário da entidade revelou ao iG que ele se diz cansado e que não aguenta mais o desgaste da sua imagem respingando na vida dos filhos.</div>
<div align="justify">Em setembro de 2011, Ricardo Teixeira chegou a ser internado no hospital Pró-Cardiáco, na zona Sul do Rio de Janeiro, no Rio de Janeiro. O cartola teve uma crise de diverticulite, processo inflamatório na parede do cólon, ligada ao intestino grosso.</div>
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<p><strong>Isolado no Planalto</strong></p>
<p>À frente da CBF desde 1989, Ricardo Teixeira já viveu períodos de isolamento e de aproximação com o Governo Federal. Durante o governo Lula foi aliado do ex-presidente e era recebido pelo alto escalão do Planalto. Com Dilma Rousseff, entretanto, não tem o mesmo trânsito. Desde o ano passado não consegue uma audiência com a presidenta, que já se reporta diretamente à Fifa para tratar dos assuntos referentes a Copa do Mundo de 2014.</p>
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<div align="justify">A última aparição pública de Ricardo Teixeira foi no anúncio de Ronaldo como membro do conselho do COL em novembro de 2011. Desde então, o ex-jogador virou a imagem do comitê. A imagem do ex-jogador, ídolo mundial ligada ao Mundial agrada o Planalto. Nos bastidores, entretanto, Teixeira ainda tem voz e define o que deve ser feito pelo “Fenômeno”.</div>