De acordo com o estudo publicado o Piauí registrou taxa de 2,06 homicídios por 100 mil, quatro vezes menor que o Espírito Santo, apontado como o mais violento.
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<p>Membros da União das Mulheres Piauienses (UMP) dizem contestar os índices do Mapa da Violência 2012, do Instituto Sangari, que aponta o Piauí como o estado com o menor índice de homicídios de mulheres. Por conseqüência, menor índice de violência contra a mulher.</p>
<p>De acordo com o estudo publicado o Piauí registrou taxa de 2,06 homicídios por 100 mil, quatro vezes menor que o Espírito Santo, apontado como o mais violento.</p>
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<p>De acordo com Maria Lúcia de Oliveira da UMP, os dados de violência são contestáveis por conta da forma como são registrados. “A gente sabe que o Piauí não tem um dado oficial, os casos de violência não estão indo para a delegacia da mulher, eles vão para a Central de Flagrantes ou para delegacias de bairro e quando é para ser julgado ele não vai para a Vara Maria da Penha, mas sim para a Sétima Vara que é criminal”, explica.</p>
<p>“Não está havendo um recorte de gênero. Em nosso estudo, enquanto movimento, a gente tem comprovado que as instituições ligadas não têm um dado concreto que se trate da violência da mulher. O estudo que a gente considera é o feito pelo Sindicato dos Policiais Civis, lá eles têm um recorte de gênero, e de acordo com o estudo deles a violência contra a mulher aumentou”, completa Maria Lúcia.</p>
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<p>A UMP diz temer que a publicação dos dados da pesquisa possa acarretar diminuição de investimentos para a área no estado. “O Piauí a gente sabe que já é precário em recursos para o amparo à mulher e se eles divulgarem essa pesquisa é que não vem mais dinheiro para investir na proteção das mulheres”, declara a União.</p>
<p>“Só este ano no Piauí já mataram 14 mulheres, e em uma conversa com o COPOM (Comando de Operações da Polícia Militar) nos foi informado que 75% dos atendimentos deles é violência doméstica”, diz Maria Lúcia.</p>
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<p>Lourdes Melo diz que depois da criação da Lei Maria da Penha foi oficializada a criação das delegacias da mulher. “Hoje por determinação da própria Secretaria de Segurança Pública elas não atendem mulheres com tentativa de assassinato e nem assassinato, por isso esses índices não contam como violência, só os pequenos como calúnia, injúria. Da mesma forma que com a lei foi criado o juizado especial, lá eles encaminham para outros setores esses crimes de morte e tentativa e ficam tratando só dessa questão de pequenos crimes”, declara Lourdes Melo.</p>
<p>“Sem falar que esses índices vão continuar sendo pequenos porque o Piauí é grande, são 224 municípios e só tem oito delegacias da mulher, três em Teresina e as outras cinco pro resto do estado. E tem outro dado, hoje 90% dos processos de crimes contra mulher são arquivados ou por perda de prazo ou por outras situações”, acrescenta.</p>
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