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ECONOMIA
Inadimplência assusta, mas deve cair no segundo semestre, dizem economistas
Depois de um susto no primeiro trimestre, os índices de calote devem começar a recuar no segundo semestre, como resultado da maior seletividade das instituições financeiras na concessão de crédito e da queda das taxas de juros, que deve facilitar o pagamento das dívidas.
Ultimo segundo - 27/04/2012

<div align="justify"> <p>A alta da inadimpl&ecirc;ncia no Brasil, que foi destaque nos balan&ccedil;os dos tr&ecirc;s maiores bancos privados brasileiros divulgados nesta semana, n&atilde;o &eacute; motivo para desespero, na opini&atilde;o de analistas do mercado. Depois de um susto no primeiro trimestre, os &iacute;ndices de calote devem come&ccedil;ar a recuar no segundo semestre, como resultado da maior seletividade das institui&ccedil;&otilde;es financeiras na concess&atilde;o de cr&eacute;dito e da queda das taxas de juros, que deve facilitar o pagamento das d&iacute;vidas.</p> <p>Esta semana, Bradesco, Ita&uacute; Unibanco e Santander anunciaram que tiveram aumento dos seus n&iacute;veis de inadimpl&ecirc;ncia nos tr&ecirc;s primeiros meses do ano, principalmente no segmento pessoa f&iacute;sica. Por causa disso, os bancos precisaram elevar as provis&otilde;es para cr&eacute;ditos de liquida&ccedil;&atilde;o duvidosa, afetando seus resultados trimestrais.</p> </div> <div align="justify"> <p>O mais afetado pela alta dos calotes dos tomadores de empr&eacute;stimo foi o Ita&uacute;, cuja inadimpl&ecirc;ncia de mais de 90 dias passou de 5,7% no primeiro trimestre de 2011 para 6,7% em igual per&iacute;odo deste ano. No Bradesco, a inadimpl&ecirc;ncia saltou de 5,5% para 6,2%, enquanto no Santander aumentou de 5,9% para 6,7% na mesma base comparativa.</p> <p>Longe de ser uma realidade recente, esse aumento do calote &eacute; fruto de uma conjuntura passada com reflexos no presente, de acordo com Eduardo Velho, economista-chefe da Prosper Corretora. &ldquo;Essa eleva&ccedil;&atilde;o dos &uacute;ltimos meses foi em fun&ccedil;&atilde;o do ritmo do crescimento do Pa&iacute;s nos anos passados, com aumento da renda formal at&eacute; meados de 2011. Com o volume maior de cr&eacute;dito no mercado, as pessoas tomaram empr&eacute;stimos com taxas de juros mais elevadas&rdquo;, explica.</p> </div> <div align="justify"> <p>No entanto, a crise econ&ocirc;mica que afetava a Europa e os Estados Unidos come&ccedil;ou a mostrar sinais de for&ccedil;a sobre o Brasil, causando a desacelera&ccedil;&atilde;o da economia do Pa&iacute;s. &ldquo;Isso somado ao aumento da infla&ccedil;&atilde;o no segundo semestre corroeu o poder de compra da popula&ccedil;&atilde;o, afetando sua capacidade de pagamento&rdquo;, afirma, por sua vez, Leonardo Zanfelicio, economista-chefe da Conc&oacute;rdia.</p> <p>Em alguns casos, como no do Ita&uacute;, o aumento da inadimpl&ecirc;ncia se deu de forma mais expressiva no segmento de financiamento de ve&iacute;culos, no qual a concess&atilde;o de cr&eacute;dito cresceu ap&oacute;s a redu&ccedil;&atilde;o do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). J&aacute; no Bradesco, o calote em cart&atilde;o de cr&eacute;dito afetou o balan&ccedil;o do banco. &ldquo;Se voc&ecirc; desconsiderar o cart&atilde;o de cr&eacute;dito, a inadimpl&ecirc;ncia da pessoa f&iacute;sica seria de 5,0% no Bradesco&rdquo;, afirma Zanfelicio.</p> </div> <div align="justify"> <p>&quot;O movimento de aumentar a provis&atilde;o e reduzir as taxas de juros em menor propor&ccedil;&atilde;o que os bancos p&uacute;blicos j&aacute; evita uma explos&atilde;o da inadimpl&ecirc;ncia&rdquo;, diz Velho, da Prosper. No entanto, para diminuir ainda mais o calote os bancos precisam lan&ccedil;ar m&atilde;o de uma maior seletividade na concess&atilde;o do cr&eacute;dito, na opini&atilde;o de Bruno Gon&ccedil;alves, analista fundamentalista da Wintrade.</p> <p>&ldquo;Eles devem adotar uma pol&iacute;tica de sele&ccedil;&atilde;o maior para aumentar a qualidade da carteira de cr&eacute;dito. Podem exigir aumento das garantias e apertar a concess&atilde;o tanto para financiamento de ve&iacute;culos como para cr&eacute;dito pessoal&rdquo;, acredita.</p> </div> <div align="justify"> <p>Mas isso n&atilde;o deve surtir efeito imediato. &ldquo;As medidas de restri&ccedil;&atilde;o de cr&eacute;dito que est&atilde;o sendo tomadas agora pelos bancos devem fazer efeito em m&eacute;dio prazo. Assim, a inadimpl&ecirc;ncia pode n&atilde;o diminuir no pr&oacute;ximo trimestre, mas veremos n&uacute;meros melhores no segundo semestre do ano,&rdquo; diz Plinio Chap Chap, economista da escola de neg&oacute;cios BBS.</p> <p>Os bancos tamb&eacute;m apostam nisso. O Bradesco, por exemplo, v&ecirc; a inadimpl&ecirc;ncia come&ccedil;ando a cair no segundo trimestre, enquanto Ita&uacute; e Santander apostam em uma queda a partir do terceiro trimestre. &ldquo;A inadimpl&ecirc;ncia deve cair em meados do segundo semestre. As pessoas est&atilde;o pegando taxas de juros mais baixas (as institui&ccedil;&otilde;es financeiras reduziram os juros em resposta ao corte das taxas praticado pelos bancos p&uacute;blicos), e, com isso, podem melhorar seu poder de compra&rdquo;, diz Zanfelicio, da Conc&oacute;rdia.</p> </div> <div align="justify"> <p>Al&eacute;m disso, os economistas acreditam que a recupera&ccedil;&atilde;o econ&ocirc;mica brasileira pode ajudar a reduzir os n&iacute;veis de inadimpl&ecirc;ncia, devido aos programas implementados pelo governo para incentivar a ind&uacute;stria e melhorar o consumo. &ldquo;Isso j&aacute; poder&aacute; ser percebido nos pr&oacute;ximos balan&ccedil;os dos bancos&rdquo;, afirma Eduardo Velho, da Prosper Corretora.</p> <p>A queda dos juros tamb&eacute;m deve favorecer o movimento de renegocia&ccedil;&atilde;o das d&iacute;vidas. &ldquo;Em um primeiro momento, a pessoa vai ter condi&ccedil;&atilde;o de pagar uma presta&ccedil;&atilde;o menor e honrar seus compromissos&rdquo;, acredita Zanfelicio. Ele alerta, por&eacute;m, para o risco de, por conta da redu&ccedil;&atilde;o da parcela, o cliente achar que pode tomar mais empr&eacute;stimos. &ldquo;Ela pode olhar e achar que a presta&ccedil;&atilde;o cabe no bolso, mas precisa se controlar&rdquo;, adverte.</p> </div>
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