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ARTIGO: A Manoel da Costa Moura: um hino ao autor do hino
O autor do hino de Picos e da maioria dos hinos dos municípios do centro sul do Piauí, revelava grande conhecimento da geografia desse estado
Por Francelina Macedo - 10/07/2012

<p align="justify">Dia 5 de julho de 2012, Picos amanheceu mais pobre, pois lhe escapou um bem que jamais ser&aacute; reposto. N&atilde;o nascer&aacute; outro Manoel da Costa Moura, o nosso Guanhamby. Uma pessoa sens&iacute;vel, um presente de Deus em meu caminho.</p> <p align="justify">Um homem que me fazia rir sempre que nos encontr&aacute;vamos e convers&aacute;vamos, porque a sua sabedoria era um est&iacute;mulo &agrave; vida, que provocava uma esp&eacute;cie de ultimato aos sentidos. A vis&atilde;o dos seus interlocutores parecia destravar para o belo que enxergava no bucolismo do Umari, na feira livre de Picos, nas avenidas que se verticalizam, no po&eacute;tico e inspirador Morro da Aerol&acirc;ndia, no anonimato da via p&uacute;blica, onde percebia, sem esfor&ccedil;o, personagens magnificamente elaboradas pelo Criador, anjos humanos, criaturas suas, assim como o pr&oacute;prio Guanhamby, seu nome art&iacute;stico.</p> <p align="justify">E na dicotomia de instigar o pensamento, hobe deste artista, lembro-me, n&atilde;o faz muito tempo, perguntei a uma amiga pelo nosso amigo comum, Guanhamby, e ela me dizia sobre o avan&ccedil;ado estado da doen&ccedil;a, embora reconhecida h&aacute; tanto tempo, pela OMS, ainda t&atilde;o enigm&aacute;tica &agrave; ci&ecirc;ncia e mal julgada pela sociedade: &ldquo;alcoolismo n&atilde;o mata o corpo f&iacute;sico, Francelina, apenas mina a alma, tira tudo, mas o corpo parece que &eacute; alimentado, porque resiste.&rdquo; O desfecho talvez seja mais uma li&ccedil;&atilde;o que o poeta, a duras penas, nos deixa, minha amiga, que quando se tira tudo de um homem como aquele, se tirou a vida, que se foi literalmente na tarde de ontem.</p> <p align="justify">Ultimamente Manoel de Piau, como era tamb&eacute;m chamado na intimidade, nos fez introduzir nos risos que sempre furtava bem humorado, elegante e descuidadamente, de cada amigo, tamb&eacute;m algumas l&aacute;grimas da decad&ecirc;ncia, ao nos deixar escapar marcas inef&aacute;veis da debilidade f&iacute;sica provocada pela doen&ccedil;a que o vitimou.</p> <p align="justify">O autor do hino de Picos e da maioria dos hinos dos munic&iacute;pios do centro sul do Piau&iacute;, revelava grande conhecimento da geografia desse estado, de cada pedra de paralelep&iacute;pedo de nossas ruas, da paisagem humana, que com o seu fazer, modifica constantemente a paisagem natural. Essa habilidade e percep&ccedil;&atilde;o fazem dele um hino na hist&oacute;ria. Um hino modesto a tal maneira que parte de Picos hoje chora a aus&ecirc;ncia por n&atilde;o ter aproveitado mais a sua invis&iacute;vel presen&ccedil;a.</p> <p align="justify">Tanto que, sempre que revejo este pensamento de Carlitus, meu cora&ccedil;&atilde;o aperta, porque me lembra do que foi, do que sempre ser&aacute; e do que Picos Morreu, (com ele), devendo ao nosso Beija-Flor: &ldquo;N&atilde;o preciso ser um g&ecirc;nio para ser humano, s&oacute; preciso do teu sorriso, <strong><em>amigo e sincero</em></strong>, para ser feliz&rdquo; (grifo nossos).</p> <p align="justify">Com estas palavras, escritores, atores, m&uacute;sicos, artistas pl&aacute;sticos e amigos, membros da Academia de Letras da Regi&atilde;o de Picos &ndash; ALERP; da Uni&atilde;o Picoense de Escritores &ndash; UPE e do Projeto Bar Cultural manifestam votos de pesar &agrave; fam&iacute;lia e reverenciam a mem&oacute;ria do nobre poeta, escritor e compositor Manoel da Costa Moura.</p> <div align="justify">Em nome dos mesmos, subscrevem este artigo:</div> <div align="justify">Francelina Macedo</div> <div align="justify">Heraldo Santos<br /> S&aacute;vio Bar&atilde;o</div>
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