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FALTA
Falta de engenheiros faz com que profissão esteja em alta no Brasil
Deficiência no aprendizado de matemática reduz número de profissionais. Um engenheiro recém-formado pode ganhar até R$ 5 mil mais benefícios.
JH - 11/03/2013

Matemática nunca foi a matéria preferida dos estudantes, mas agora é quase uma estranha. Segundo um estudo da ONG “Todos Pela Educação”, só 10% dos jovens brasileiros que concluem o ensino médio sabem matemática. A pesquisa considera as notas das avaliações que o governo faz com alunos de escolas públicas particulares.

O levantamento revela ainda que o desempenho dos estudantes piorou, porque em 2009 o percentual era de 11%. Em português, o índice permaneceu o mesmo: 29% dos alunos aprenderam o que deveriam ao terminar o ensino médio.

A falta de sintonia entre ensino e aprendizado muitas vezes acaba em repetência e desistência. Pouco mais da metade dos jovens termina o ensino médio até os 19 anos.  

Em um posto do Centro de Apoio ao Trabalho é possível ver uma das principais consequências da deficiência de aprendizado. Muitos jovens que estão a procura de emprego não se sentem confiantes para encarar o mercado de trabalho.

“Nesses anos que eu estive na escola nem todos os professores estavam prontos para dar aula. Você percebia isso”, diz Tamires Muniz, de 16 anos.

Para a responsável pelo estudo, o Brasil tem bons projetos educacionais, o desafio é fazer com que eles cheguem à sala de aula com a mesma eficiência que está no papel.

“Não dá para a gente imaginar uma sociedade que inova, uma sociedade que se desenvolve na inovação, nas novas tecnologias sem ter uma base muito bem consolidada na matemática, nas ciências. O Brasil é uma das maiores economias do mundo e um dos piores países em educação, então não dá para a gente manter essa distância do jeito que está”, afirma Priscila Cruz, diretora executiva do Todos Pela Educação.

Até 2015, o Brasil vai precisar de 300 mil engenheiros, mas o país não consegue formar a quantidade de profissionais que precisa nessa área. Os estudantes não estão terminando o curso, segundo a Federação Nacional dos Engenheiros.

O Brasil forma cerca de 38 mil engenheiros por ano, mas precisa de quase o dobro disso para dar conta da procura por esse profissional.

Um recém-formado ganha, em média, R$ 5,5 mil. Um engenheiro sênior pode ganhar R$ 9 mil, sem contar bônus e benefícios. A maior procura é por engenheiros na área civil, eletrônica e de produção.

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