Essa foi uma das lutas agora, inclusive foi o carro chefe no mês de março. colocávamos para a sociedade e para os poderes constituídos a necessidade de está fortalecendo esses órgãos e de tá priorizando a questão da aplicação da Lei Maria da Penha.
<p align="justify">O movimento de mulher vem crescendo em todo o mundo na mesma velocidade em que aumenta o número de violência contra a mulher, no Piauí o movimento é bastante atuante e trabalha para que os índices diminuam e a violência acabe. No município de Picos a União da Mulher Picoense-UMP, trabalha diuturnamente para orientar as mulheres na busca por seus direitos.</p>
<p align="justify">A coordenadora do núcleo de Picos, Maria José Alves do Nascimento (Nega Mazé), é uma incansável na luta por melhores dias para as mulheres de Picos. Militantes de movimentos sociais a coordenadora, é uma referencia quando o assunto é direito da mulher. Nega Mazé já foi considerada figura mais popular na região de Picos, em 2008 em uma pesquisa realizada em todo o estado do Piaui.</p>
<div align="justify">Em uma entrevista concedida a este veículo de noticia, a coordenadora, fala sobre violência, causas e consequências. Ela fala ainda da luta da UMP, para a construção da Casa Abrigo.</div>
<p align="justify"><strong>Confira a entrevista completa: </strong></p>
<p align="justify"><strong>Ilza Amorim:</strong> Na sua avaliação, como está hoje em Picos a violência contra a mulher, apesar de leis que já foram criadas e campanhas de esclarecimentos que já foram feitas?</p>
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<p><strong>Nega Mazé:</strong> Nós do movimento de mulher avaliamos que a questão é muito séria, e com a Lei Maria da Penha, não diminuiu a violência e talvez nem tenha aumentado, mas ela já existia só estava camuflada, e quando as mulheres se apoderam da criação da Lei, elas começaram a denunciar, mas quando ficou mais visto, a questão da violência, que não é só a violência domestica mas a violência em todos os níveis. Nós temos o último caso que aconteceu, com a Lucia das Pedrinhas que foi um crime de pistolagem atribuem-se que seja ligado ao tráfico, e a gente sabe que esse não é o primeiro de Picos. A gente tem certeza que a violência é muito grande, por causa da procura na delegacia da mulher, que todos os dias está lotada e a gente pode dizer que quase todos os dias sou procurada, o movimento é procurado para tá orientando as mulheres a fazerem as denuncias, e elas procuram não só para saber como fazer denuncia, mas é na busca da segurança. Elas sempre pedem o apoio da UMP, porque sabem que o movimento já tem o apoio da sociedade, com isso elas se sentem mais seguras, e a gente também aciona a policia militar com mais rapidez contanto que a gente, sempre que elas nos procuram elas saem levam vários telefones para onde elas devem tá ligando inclusive o meu pessoal, para que gente possa tá acompanhando enquanto o processo tramita. É um grande risco que a mulher picoense corre, quando ela leva a parte que ela faz o Boletim de Ocorrência, que é a comunicação da noticia, do fato e o TCO, que é o encaminhamento para a justiça, nesse caso a delegada já tem ouvido as testemunhas. Esse período demora muito pelo fato da delegacia não ser especializada e é nesse período que as mulheres ficam vulneráveis.</p>
<p><strong>Ilza Amorim:</strong> Sobre a Casa Abrigo, que seria uma alternativa para que mulheres vitimas de violência, não fosse obrigadas a voltar para o mesmo local onde o seu agressor está. Como se encontra hoje essa discussão?</p>
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<div align="justify"><strong>Nega Mazé:</strong> A luta pela construção da Casa Abriga está bastante avançada, mas algumas dificuldades foram sentidas principalmente porque ainda não houve a audiência publica marcada para o mês de março, onde se iria discutir sobre a Lei Meria da Penha e sua aplicação e a construção da Casa Abrigo. É pretensão nossa tanto da UMP quanto da Caritas Diocesana, trazer para essa discussão o presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Piauí e o secretário de segurança, Robert Rios, para estarmos discutindo também o funcionamento da delegacia e também a equipe multidisciplinar, que nós descobrimos que é um órgão de extrema importância e está funcionando no Fórum em um local pequeno que não tem condição nem de dar atenção aos casos de violência contra a mulher. A casa abrigo tem a função de abrigar a mulher vitima de violência, mas nós queremos que lá funcione programas e que tenha condição de receber os filhos dessas mulheres e tenha condição de dar um acompanhamento. Além disso, apresentar programas de geração de emprego e renda, para que essas mulheres ao sair da casa abrigo tenham condições de sobreviver com seus filhos, para que não sejam obrigadas a voltarem para junto do agressor.</div>
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<p><strong>Ilza Amorim:</strong> Poucos são os casos de homens que foram presos após agredirem suas companheiras. Na sua avaliação o que estaria dificultando a prisão dessas pessoas, até mesmo de assassinos, onde estaria o entrave ?</p>
<p><strong>Nega Mazé</strong>: A dificuldade está em a secretaria de segurança, ou seja, o governo do estado, não está priorizando a questão da mulher, no sentido de dar condições aos órgãos que são responsáveis por essa questão, de esta de fato assumindo como diz a Leia Maria da Penha. A maior dificuldade é a falta de aplicação da Lei Maria da Penha, porque para ela ser aplica, precisa ter órgão e serem equipados a altura para que atenda dentro dos tramites da lei. Essa foi uma das lutas agora, inclusive foi o carro chefe no mês de março. colocávamos para a sociedade e para os poderes constituídos a necessidade de está fortalecendo esses órgãos e de tá priorizando a questão da aplicação da Lei Maria da Penha.</p>
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<p><strong>Ilza Amorim:</strong> Todos os dias denuncias de violência contra a mulher são registradas, e mesmo assim existem mulheres que não tem coragem de denunciar seus agressores. Em Picos como está essa situação?</p>
<p><strong>Nega Mazé:</strong> existem várias mulheres que não denunciam seus agressores por medo, e isso acontece justamente porque elas sabem que os órgãos ainda são fracos, sabem que é difícil fazer a prisão em flagrante, sabem também que ainda não existe uma priorização de fato da questão do combate à violência domestica. Ainda existe aquele estigma de que entre marido e mulher ninguém mete a colher, que isso a Lei Maria da Penha veio derrubar, inclusive agora na nova emenda da Lei, diz que a Lei não é mais condicionada, ela é incondicionada, qualquer pessoa pode denunciar a violência domestica e não é necessário fazer sua identificação. Agora para isso acontecer se faz necessário ter uma polícia ágil, uma delegacia ágil e equipada e que tenha um judiciário que priorize de fato e que não coloque os casos da Lei Maria da Penha embaixo dos demais casos. Já existem muitos processos no fórum que não são julgados, então nós não aceitamos que os processos da Lei Maria da Penha, sejam colocados embaixo dos outros, eles tem que ser priorizados sim.</p>
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<p><strong>Ilza Amorim:</strong> Aqui em Picos são muitos os casos de violência e na região, também estão crescendo bastante os casos de violência contra a mulher. Na sua avaliação como ficam essas mulheres que não são assistidas por não ter uma delegacia regionalizada?</p>
<p><strong>Nega Mazé:</strong> Olha nós tivemos uma preocupação muito grande com um caso recente que aconteceu no município de Simões, onde uma mulher gravida foi agredida várias vezes em menos de 48 horas, e mesmo assim o agressor continuava solto. Agora eu pergunto de quem é a responsabilidade de tá prendendo esse agressor, é da polícia civil, polícia militar. Para mim os casos de violência doméstica na região de Picos, são mais graves do em Picos. Faz-se necessário que a nossa delegacia seja regionalizada, é uma luta nossa e eu faço um apelo a APPM, vamos nos juntar e vamos regionalizar a delegacia de Picos, enquanto se tem condição de criar delegacia especializada pelo menos em algumas cidades da região de Picos.</p>
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